São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Estudo visa o combate "genético" a uma praga

RICARDO BENALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

'Sequenciar o genoma' da bactéria Xylella fastidiosa significa entender como ela foi fabricada pela natureza, com o objetivo de poder em seguida criar métodos para combatê-la.
Mas mais do que ajudar a resolver um problema de significativo impacto socioeconômico, o projeto ONSA vai dar um impulso enorme à biotecnologia não só em São Paulo, mas em todo o país.
Deverá haver um grande impacto científico internacional, pois o sequenciamento da Xylella fastidiosa será o primeiro genoma de um agente causador de doença em plantas. E será o primeiro genoma sequenciado fora do Primeiro Mundo, o eixo Estados Unidos-Europa-Japão.
Um projeto 'genoma' consiste na determinação da sequência de bases do DNA e, portanto, de todos os genes de um organismo.
O DNA é composto por subunidades chamadas nucleotídeos (cada um deles feito por uma molécula de fosfato, uma de um açúcar, e uma chamada 'base'). Um vírus tem algo como cinco mil nucleotídeos; uma bactéria como a Xylella fastidiosa tem cerca de dois milhões de bases; e um ser humano provavelmente tem uns três bilhões. Além do megaprojeto do genoma humano, a comunidade científica internacional já sequenciou (ou ainda está sequenciando) os genomas de 15 organismos, todos causados de doenças no ser humano.
Um projeto 'genoma' consiste na determinação da sequência de bases do DNA e, portanto, de todos os genes de um organismo. Este ano já foram anunciados dois marcos no sequenciamento de organismos simples.
Houve a primeira sequência completa do material genético de um ser vivo complexo -a levedura (fermento) do pão, conhecida pelo nome científico Saccharomyces cerevisiae. Trata-se do primeiro organismo eucariótico, ou seja, um ser cujas células têm seu núcleo separado do resto da célula por uma membrana. O pesquisador André Goffeau, coordenador do projeto genoma da levedura -realizado por um consórcio de mais de cem laboratórios- foi um dos consultores do projeto da Fapesp. (Ricardo Bonalume Neto)

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