São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Marcelinho, a volta

JUCA KFOURI

Não interessa se Marcelinho fracassou na Espanha.
Não interessa se Marcelinho foi mais um jogador brasileiro a se comportar mal como profissional no exterior.
Não interessa se Marcelinho mostrou pouca perseverança, pouca garra.
Não interessa se Marcelinho acabou dando razão aos que não o querem na seleção, como Zagallo.
Não interessa se mais uma vez Marcelinho provou que há uma enorme diferença entre seu discurso e sua prática.
Não há um torcedor corintiano que possa ser contra sua volta ao alvinegro.
Mais: não há um torcedor que possa negar que ele seria uma atração neste campeonato quase sem ídolos.
Mas interessa, e muito, que as regras do jogo sejam mantidas -por mais que tal apelo pareça coisa de marciano no futebol brasileiro.
Não há o que justifique uma eventual prorrogação do prazo das inscrições.
Já houve até cartola dizendo que prazos existem para serem prorrogados.
Há também quem defenda a exceção em nome do tal do profissionalismo.
Pois profissional é respeitar o que está escrito.
Fora disso é golpe, é virada de mesa, é perda de credibilidade -se é que é possível perder algo que nosso futebol deixou de ter há tempos.
*
Raí comeu o pão que o diabo amassou em seus primeiros anos no futebol francês.
Aprendeu a língua, bem mais difícil que a espanhola, adaptou-se a Paris que, além de incomparavelmente mais bela, é, contudo, mais hostil e fria que a simpática Valencia, e voltará ao Brasil coberto de glórias. Vive la différence!
*
Não fosse por mais nada, um mérito histórico o projeto de Pelé já tem: escancarou para opinião pública quem é quem em nosso futebol.
O flagra dado pelo "O Globo", numa deliciosa reportagem de Rodrigo França Taves, mostrando a pelada dos deputados regada a uísque 12 anos e realizada na terça-feira passada na sede da Casa Bandida em Brasília, fala por si só.
O trio Rico Terra, Marquinho "Bingo" Chedid e Eurico Miranda, na mesma mesa, dispensa comentários.
A festas desse tipo, certamente, um homem como Fábio Koff não irá.
*
A Receita Federal está atrás, em Miami, da documentação de um jatinho Falcon adquirido por um cartolão de nosso futebol.

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