São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997 |
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Segunda noite do festival tem bela e 'fera'
CASSIANO ELEK MACHADO
A versão "unplugged" do festival, no Bourbon, começa com a bela e termina com, bem, a fera. Às 19h, para quem conseguir chegar, Diana Krall, canadense loira de olhos claros, canta e dedilha com agilidade o piano. Por mais que os elogios quanto à sua aparência sejam frequentes, é bom que se diga que são seus dedos rápidos e sua garganta aveludada que lhe garantiram louvores da crítica especializada -a "Down Beat" a elegeu a melhor cantora de jazz de 1996. Seu disco "All for You" permaneceu na parada de jazz da Billboard por 45 semanas -e não foi por causa dos encartes. O segundo a subir no palco do Bourbon é Cyrus Chestnut. Acompanhado por baixo e bateria, o rechonchudo pianista apresenta um jazz mais ortodoxo, que bebe na fonte do gospel -ele começou tocando órgão em uma igreja batista. Chestnut conhece cada uma das teclas do piano com intimidade. Além de ter começado a se exercitar cedo, aos sete anos, frequentou a célebre escola Berklee de Boston. Algumas horas mais tarde, depois de Chestnut (castanha), é a vez do legendário Art Farmer, ou Art fazendeiro. Já na década de 50, Farmer frequentava os "alqueires" de homens como Horace Silver, Gerry Mulligan e Benny Carter. Aos poucos, também desenvolveu vasta produção em sua própria horta -é tido como o inventor do flumpet, instrumento que mistura fluegelhorn e trompete. Aos 69 anos, ele já colecionou quilômetros de elogios musicais. Mas, se Krall encanta pela beleza física, não se pode esperar o mesmo do excelente Farmer. Texto Anterior: Neneh Cherry canta sexo e feminismo com atitude cool Próximo Texto: Em ascensão, Diana Krall quer gravar em português Índice |
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