São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Em ascensão, Diana Krall quer gravar em português
CRISTINA GRILLO
"Gosto muito dos trabalhos de Tom Jobim e de João Gilberto, mas não quis falar isso porque não tenho certeza se eles são brasileiros ou argentinos. Eles são mesmo daqui?", perguntou, depois da entrevista coletiva concedida anteontem à tarde, no Rio. Apesar da dúvida sobre a nacionalidade dos artistas, a canadense Krall não tem dúvidas sobre a influência de vários deles em seu trabalho. A artista, que se apresenta hoje, no Bourbon Street, em São Paulo, tem todos os discos do grupo Sérgio Mendes e Brazil 66, alguns de Joyce, outros de Ivan Lins e mais alguma coisa de Gilberto Gil. "Ouço sempre esses discos e com certeza eles influenciam muito meu trabalho. Adoro ouvir 'Mas Que Nada' (de Jorge Ben). É uma de minhas favoritas", disse. Em seu mais recente trabalho, "Love Scenes", gravou "Gentle Rain", de Luís Bonfá. A cantora e pianista aproveita a entrevista para contar qual é seu maior sonho: conseguir cantar em português. A fascinação de Diana Krall pela música que ela não tinha certeza de ser brasileira parece sincera. "Estou me sentindo aqui como uma criança que faz parte da banda da escola e vai tocar em um lugar diferente. Quero ver tudo, aprender tudo", disse. Mas não é só a bossa nova que agrada Krall -cantora que, com seu timbre de voz, já vem sendo comparada a grandes nomes do jazz como Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Carmen McRae e Aretha Franklin, entre outras divas. Descendente de irlandeses e escoceses, Diana Krall também busca nas antigas músicas celtas inspiração para seu trabalho. "Costumava ouvir isso na casa de minha avó, assim como músicas sacras e óperas", afirmou. Por isso é natural que Diana Krall também diga ser influenciada pelo trabalho de outra canadense -Loreena McKennit, a "musa" da música de inspiração céltica. Krall citou "The Mask and the Mirror" -um dos melhores trabalhos de McKennit- como outro dos discos que ouve sempre. "Ao lado de Sérgio Mendes", disse. Diana Krall já gravou quatro CDs. "Stepping Out", o primeiro, foi lançado por um selo de Montreal. "Only Trust Your Heart", o segundo, lançou a artista no cenário internacional. Com "All For You", um tributo a Nat King Cole, veio a consagração: ficou 45 semanas na parada de jazz da "Billboard" e foi indicada para o Grammy de melhor cantora de jazz de 1996. Agora a cantora e pianista lança "Love Scenes". Para o show no Bourbon Street, Krall pretende fazer um resumo de sua carreira. A estrutura básica da apresentação está montada, mas pode ser modificada de acordo com a reação do público. "Gosto de mudar o show dependendo de como o público estiver respondendo. Só espero que haja alguma reação", disse. Texto Anterior: Segunda noite do festival tem bela e 'fera' Próximo Texto: Maceió faz 3º Jazz Festival Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |