São Paulo, sábado, 11 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vieira quer disputar reeleição em SC

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), agora livre do impeachment, tem o desafio de unir o partido em torno de si e conseguir a indicação para ser candidato à reeleição em 98.
A absolvição de Vieira, aprovada na última quarta-feira em votação na Assembléia Legislativa, marca também o fim da trégua entre os diversos grupos que disputam a hegemonia interna do partido no Estado.
"O partido estava unido em torno do arquivamento do impeachment, mas agora o debate interno sobre a eleição sucessão vai aumentar", disse o líder do governo na Assembléia, Herneus de Nadal.
O desgaste à imagem de Vieira, provocado pelas denúncias de irregularidades na emissão dos títulos públicos, acirrou as resistências internas a ele.
A maior crítica a Vieira é de que ele seria centralizador, governando sem consultar o partido e privilegiando os integrantes de seu secretariado e do primeiro escalão do governo, o chamado "grupo palaciano".
Um dos principais focos de descontentamento é o grupo de Joinville, principal cidade do Estado, cujo prefeito é o ex-presidente nacional do PMDB Luiz Henrique da Silveira.
O próprio Silveira é pré-candidato ao governo catarinense em 98.
O diretório do PMDB local protestou por ter se considerado "marginalizado" na mudança no secretariado feita no mês de julho, quando Vieira buscava aumentar sua base de apoio político.
"A imagem do governador está abalada. Queremos participar da escolha do candidato e não vamos aceitar passivamente as vontades dele", disse o presidente do diretório de Joinville, Geová Amarante.
Vieira, 39, considerado um político sem tradição partidária, enfrenta também a resistência da "ala histórica" do partido, que sonha lançar a candidatura do vice, José Augusto Hulse, ao governo do Estado.
Outro que já está em campanha é o senador Casildo Maldaner, que tem base na região oeste de Santa Catarina.
Estrutura
"Qualquer que seja o candidato do PMDB, será o favorito, pois o partido é o mais estruturado do Estado", disse o chefe de gabinete de Vieira, Valdir Cobalchini, um de seus mais próximos assessores.
Colbalchini afirma que o partido possui no Estado 130 dos 293 prefeitos, além de 70 vice-prefeitos, mil vereadores e 100 mil filiados.
O apoio dessa base é o trunfo do governador para conseguir a candidatura.
Desde sua posse, Vieira tem adotado a marca municipalista, visitando o interior e distribuindo convênios a prefeituras.
A definição da candidatura, possivelmente pela realização de prévias, deve ocorrer no final do ano.
O maior adversário do PMDB deverá ser o senador Esperidião Amin (PPB), que articula o apoio de PSDB e PFL.

Texto Anterior: Novo acordo reduz ICMS de usineiros
Próximo Texto: Apoios foram acertados em setembro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.