São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Socos atrás da cortina; Aliança da pesada; Concubinato eleitoral; Lorota da brava; Aposta precoce; Matéria vencida; Prerrogativa do pijama; Jogo invertido; Socialismo corporativo; Realpolitik; Atrás de mágica; Arranhão internacional; Pouca fé; Recado claro; Santo de casa; Eternamente grato

Socos atrás da cortina
FHC deve enfrentar um problema com o PFL nesta semana por ter barrado uma indicação do partido para a Anatel. "Já estão dividindo o 2º governo. Tudo para o núcleo tucano próximo a FHC e migalhas para os aliados", diz um pefelista.

Aliança da pesada
Curiosamente, a ala do PFL que está chorando por perder um lugar na Anatel é a de Marco Maciel e Jorge Bornhausen. ACM não fez um movimento. As relações do pefelista baiano com Serjão nunca foram tão boas.

Concubinato eleitoral
O desenho do comando da campanha reeleitoral de FHC tem oito lugares. Dois para cada partido. Além de PSDB e PFL, há reserva para PMDB e PPB.

Lorota da brava
FHC tem dito a PMDB e PPB que o comando de sua campanha dividirá o poder com PSDB e PFL no eventual 2º mandato.

Aposta precoce
O Planalto considera praticamente acertada a aliança com o PMDB por dois motivos. Já removeu a postulação presidencial de Sarney. E acha que o projeto de Itamar está mais para o governo de Minas ou o Senado.

Matéria vencida
Jacques Wagner (PT-BA) entra amanhã com mandado de segurança no STF contra a instalação da comissão do parlamentarismo na Câmara. Segundo ele, um plebiscito já liquidou o tema. Mudança só com nova consulta popular ou numa constituinte.

Prerrogativa do pijama
Além de Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, pelo menos dois outros ministros do STF dizem, reservadamente, que são contra a aposentadoria especial de juiz. Mas eles se calam para ficar bem com a corporação.

Jogo invertido
A construtora Mendes Júnior resolveu processar o consultor jurídico do Banco do Brasil, João Otávio Noronha, que considerou "imoral" o fato de a empresa cobrar R$ 1 bi do BB, depois de dar um calote de R$ 1,6 bi.

Socialismo corporativo
Mendes de Barros, o supermarajá de Alagoas, cujo salário (R$ 27 mil) deu a Collor a fama de caçador de marajás, trocou o PTB, pelo qual disputou o Senado em 94, pelo PSB de Arraes.

Realpolitik
O PFL comemorou discretamente a condenação de Maluf no STJ (indenização de R$ 250 mil por causa da fracassada Paulipetro). A cada escândalo envolvendo o pepebista, aumenta o preço do apoio do partido a ele em 98.

Atrás de mágica
Um diretor do Clube dos 13 diz que Ricardo Teixeira (CBF) convidou Duda Mendonça para fazer uma campanha contra a Lei Pelé, projeto de reforma do esporte. O publicitário recusou.

Arranhão internacional
James Cavallaro, da Human Rights Watch, só se refere a Nilton Cerqueira como "o general tucano". O secretário da Segurança Pública do Rio, que entrou no PSDB, vive às turras com entidades de direitos humanos.

Pouca fé
Um ministro do TSE estudou a nova lei eleitoral e concluiu que os políticos parecem duvidar que o Real sobreviva a 98. A prestação de conta dos partidos será feita com indexador, a Ufir.

Recado claro
ONGs querem conversar com João Pedro Stedile. Vão pedir que os sem-terra deixem de invadir áreas de preservação. Dizem que a repercussão internacional é péssima para o MST.

Santo de casa
O Planalto afinou para os jornalistas americanos. A coletiva, nos gramados do Alvorada, terá cadeiras nos jardins. Um luxo para os credenciados do palácio que, em 7 de Setembro, fizeram a cobertura sentados na grama.

Eternamente grato
O senador Sérgio Machado (PSDB-CE) levou um carão de ACM (PFL-BA) durante a votação da reforma da Previdência, que tentava adiar. Mas está grato. O sabão foi passado reservadamente. O tucano ficou lívido.

TIROTEIO
De Lula, sobre a polêmica criada pelo documento do governo americano dizendo que a corrupção é "endêmica" no Brasil:
- É uma bobagem. Não é novidade que há corrupção, crianças de rua e miséria aqui. Só lamento que a embaixada não tenha dito que grande parte da corrupção no Brasil é feita por empresários americanos.

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