São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Melhora nas rodovias fica só na promessa

DA REDAÇÃO

Termina no próximo dia 17 o prazo de 120 dias prometido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para tapar os buracos e implantar uma nova sinalização horizontal nas rodovias federais. Um levantamento feito Folha em estradas que cruzam 17 Estados na semana que passou mostra que a promessa de FHC, feita na edição de 16 de julho do programa de rádio "Palavra do Presidente", está longe de ser cumprida.
No Estado mais rico do país, São Paulo, as rodovias Régis Bittencourt e Fernão Dias, principais ligações com a região Sul e o Estado de Minas Gerais, estão cheias de buracos e a sinalização de pista praticamente desapareceu. Na Bahia, motoristas pagam a um grupo de 20 meninos da cidade de Riachão do Jacuípe R$ 2 por dia cada um para fazer o trabalho que o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) deveria fazer: tapar buracos. No Rio Grande do Sul, a estrada que oferece a ligação mais curta entre o Sudeste e a Argentina, a BR-472, está praticamente intransitável por causa dos buracos na pista, o que, segundo empresário do setor de transportes, aumenta o custo das viagens em 30%.
No Paraná, os buracos na estrada federal mais importante para a economia do Estado, ligando Foz do Iguaçu ao porto de Paranaguá, a BR-277, fizeram prosperar a indústria do socorro. Nos 84 km que ligam Curitiba a Paranaguá, há nada menos que 12 empresas de guincho e dez grandes borracharias.
Em Minas mais três rodovias federais estão em estado crítico.
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), concluída esta semana, mostra que 93% das rodovias federais estão em estado ruim ou péssimo. O DNER não concorda com os resultados da pesquisa da CNT e assegura que apenas 23% dos 51.369,9 km de estradas federais pavimentadas estão em condições ruins ou péssimas. Sem poder negar as evidências de que a situação das rodovias federais continua precária e por isso a meta de tapar os buracos e implantar nova sinalização é inexequível no prazo prometido por FHC, o Ministério dos Transportes afirma que a data correta é 10 de novembro e não 17 de outubro, porque o prazo tem de ser contado a partir do início do programa de obras emergenciais na malha rodoviária federal, que sofreu atraso.

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