São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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"Eu dou literatura por musiquinha"

MARILENE FELINTO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A Folha entrevistou uma professora de português de uma escola estadual de primeiro grau de São Paulo. A pedido da mesma, seu nome não é mencionado. (MF) *
Folha - Há quanto tempo a senhora leciona?
Professora - Há 14 anos.
Folha - Sua formação é em letras?
Professora - É, eu me formei pela Faculdade Nove de Julho, em português e inglês.
Folha - Que livro a senhora costuma adotar para a 5ª série?
Professora - Na 5ª, eu não dou livros. Eu dou literatura por meio de musiquinhas, trabalhando a biografia do autor, como Monteiro Lobato, mandando os alunos pesquisarem bastante.
Folha - Como são os cursos de capacitação oferecidos pela Secretaria da Educação?
Professora - São cursos onde a gente troca experiências. Onde a gente trabalha construtivismo com outros professores e coordenadores. O curso dura uma semana. No último, aprendemos técnicas de redação jornalística.
Folha - A senhora acha satisfatórias as condições materiais da escola?
Professora - Eu sinto falta de organização e disciplina.
Folha - Da parte de quem?
Professora - De todos, porque a escola é um todo. Disciplina até minha também. Na época que eu estudei era diferente, o ensino era tradicional. Agora tem o construtivismo, mais liberdade. A gente tem que estar sempre vigilante com o conteúdo, para não sairmos fora da realidade, que o construtivismo é sempre complexo.
Folha - Quando a senhora estava na faculdade, lia muito?
Professora - Lia. Li muito. Li o "Casmurro", o "Sargento de Milícias" e eu lembro muito do "Como Amar uma Criança", que o professor de psicologia pediu.
Folha - A senhora se lembra do nome do autor do "Memórias de um Sargento de Milícias"?
Professora - É o Alencar, não é? Ou não, acho que é o Manoel Almeida...?

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