São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Aeroportos desvalorizam imóveis nas proximidades

DA REPORTAGEM LOCAL

Barulho e medo de queda de aviões são os motivos que levam as pessoas a preferir comprar um imóvel longe de aeroportos.
Apesar da tranquilidade e da infra-estrutura de alguns bairros, a procura por imóveis residenciais nessa região é pequena.
Sem demanda para compra, o bairro desvaloriza. Em Congonhas, o preço médio do m2 é R$ 900. Em Moema, ao lado, o preço sobe para até R$ 2.000, embora também faça parte da rota.
Francisco Merlino, 51, gerente de vendas da imobiliária Coelho da Fonseca, conta que, recentemente, um negócio foi desfeito na última hora, no momento em que o avião sobrevoou o imóvel.
No Rio, a situação é semelhante. "As pessoas não suportam o barulho quando vão visitar o imóvel e acabam desistindo da compra", afirma Hélio Ferreira, 65, da imobiliária R. Jardim.
A dona-de-casa Gracinda Henriques Pedro, 47, reclama de ser vizinha da escola de treinamento da TAM. "Fora o barulho, aqui era tranquilo. Se eu pudesse, mudaria de casa."
O consultor imobiliário José Kalil, 41, diz que "a cidade abraçou o aeroporto de Congonhas, e as residências se multiplicaram. Esse aeroporto é atípico pela forma com que a cidade cresceu. Isso pode gerar alguns problemas para os moradores".
Vicentina Smaire Dias, 50, moradora do Jardim Aeroporto, diz que o barulho não é mais problema. "A gente se acostuma e acaba nem ouvindo."
Quanto à possibilidade de um avião cair, ela diz que sente medo, "mas isso pode ocorrer em qualquer lugar da cidade".

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