São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Promotoria apura promoção pessoal

Presidente da CDHU é convocado

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para explicar suposto uso de verbas públicas para promoção pessoal, o presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) de São Paulo, Goro Hama, vai depor às 14h de hoje no Ministério Público.
Provável candidato a deputado federal pelo PSDB, Hama é suspeito de usar o jornal "Morar", da CDHU, em benefício próprio.
Com 10 mil exemplares, o jornal -que está em sua 11ª edição- costuma publicar textos elogiosos sobre a ação de Hama na presidência da CDHU.
Os textos vêm sempre acompanhados de fotos do presidente da CDHU. O mesmo tratamento é dispensado ao governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB). A Constituição proíbe o uso de publicidade oficial na promoção de autoridades.
O inquérito foi aberto pela Promotoria da Cidadania, mas foi remetido ao procurador-geral porque envolve o governador.
Contrato
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo considerou irregular contrato assinado entre a CDHU e a empreiteira Longitudinal para a construção de 500 casas em Garça (423 km de São Paulo).
A decisão, de uma das câmaras de julgamento do TCE, diz que o contrato "impede aferição de melhor preço e restringe o universo de licitantes". O relator do processo foi o conselheiro Edgard Camargo Rodrigues. O valor do contrato é de R$ 6,07 milhões.
As casas foram construídas em um terreno que sofreu um suposto superfaturamento de R$ 561,7 mil.
O imóvel foi vendido pela Longitudinal à CDHU por R$ 761,7 mil. Onze dias antes, a Longitudinal havia comprado o mesmo terreno de um empresário por R$ 200 mil.
A CDHU informou que o programa "Chamamento Empresarial" não limita o processo de licitação pública para a construção de casas populares.

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