São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997 |
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Projeto diminui repetência na zona rural
PRISCILA LAMBERT
O projeto Fazenda Escolar existe desde 1984, quando a Fundação 18 de Março -entidade particular que, naquela época, oferecia assistência jurídica aos carentes- incorporou uma escola pública praticamente abandonada e ampliou-a, injetando recursos. A escola absorveu alunos e professores de outras pequenas escolas rurais da região que encontravam-se em estado precário, com alunos de séries diferentes na mesma sala e um único professor. Os alunos passaram a ser separados por séries. Hoje existem 45 professores e 21 monitores. A escola, que no início atendia 70 alunos, tem neste ano 536 alunos de 2 a 16 anos, com uma média de frequência de 495 crianças. Ela está instalada no terreno de 40 hectares de uma fazenda entre os municípios de Paraguaçu (354 km de Belo Horizonte) e Machado (374 km de BH), doado pelo proprietário no início do projeto. Segundo o diretor da Fazenda Escolar Fundamar, José Roberto Tomé, a escola tem um índice de evasão que varia entre 5% e 10%, enquanto que os números do Estado chegam a 30%. A repetência, segundo ele, não passa dos 3%. Período integral A escola, única da região para crianças de 2 a 6 anos, possibilita que as mães trabalhem fora e aumentem a renda familiar. As crianças, desde a creche até a 8ª série, ficam na escola por período integral (oito horas diárias). Além do ensino formal, participam de oficinas de cerâmica, fiação, tecelagem, horta, marcenaria, datilografia e culinária. A saúde da criança fica a cargo de um médico, um auxiliar de enfermagem e um dentista -além de estudantes de odontologia de uma universidade próxima. A escola faz o transporte. "Um dos obstáculos da educação nas áreas rurais é a distância. Temos alunos que moram a até 30 km da escola", diz Túlio Vieira da Costa, 73, presidente da Fundamar. Segundo Costa, o custo por aluno é de R$ 900 por ano. Cerca de 70% dos recursos para o projeto são provenientes do governo do Estado de Minas Gerais. A Fundamar destina outros 20%. O restante vem da exploração agrícola da área onde está a escola e de doações da iniciativa privada. Texto Anterior: Fórum debate Plano Diretor com entidades da zona sul Próximo Texto: Fundação quer ampliar atendimento às famílias Índice |
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