São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Menor diz que passou a noite na prisão

ROBERTO FONSECA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Direito? Cale a boca, moleque. Quem é você para saber sobre direito?" Para o skatista M.G.L., 18, ouvir essa frase já virou rotina em abordagens da polícia.
Aos 16 anos, ele conta que se envolveu em um tiroteio no colégio: "A polícia levou todos para a delegacia". Dentro do camburão, ele diz que foi chutado pelos policiais.
Na delegacia, não podia dizer que era menor de idade. "Sabia dos meus direitos, mas tinha de ficar quieto. Senão o delegado me batia com uma barra de madeira".
M.G.L. acabou passando a noite em uma cela com vários adultos, o que é proibido pelo ECA. Também foi detido durante algumas horas no presídio de Santo André.
"Fiquei revoltado com tudo. Não era bandido, mas resolvi dar motivo para me prenderem", diz ele, acrescentando ter praticado pequenos furtos.
O ouvidor da polícia do Estado de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, diz que "a maioria dos policiais civis e militares que saem às ruas não conhece o Estatuto". (ROBERTO FONSECA)

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