São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Estrangeiros invadem o Rio Cena

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um computador coordena os movimentos de um homem em "Epizoo", espetáculo que une teatro e artes plásticas e que é o destaque do Rio Cena Contemporânea, festival internacional de artes cênicas que começa hoje no Rio de Janeiro.
"Epizoo" é um espetáculo-performance com duração de 25 minutos do artista catalão Marcel.li Antúnez Roca (leia texto ao lado).
Além dele, outros sete grupos que participam do Rio Cena são estrangeiros, contra as cinco produções e uma leitura de artistas brasileiros no festival.
Ao todo, 16 espetáculos serão mostrados de hoje até o dia 19. Para o público, haverá, no mínimo, três opções por dia de espetáculos para ver. O maior número ficou concentrado no sábado, dia 18, quando oito espetáculos estarão em cartaz, três brasileiros e cinco estrangeiros.
Apesar do número menor de produções brasileiras, o festival conta com estréias de dois importantes diretores, Gabriel Villela e Hamilton Vaz Pereira.
Villela montou, com o grupo de atores do teatro Glória, do qual é diretor, o espetáculo "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, com músicas de Chico Buarque. Villela trouxe o texto à atualidade, relacionando-o à questão dos sem-terra.
Já Hamilton Vaz Pereira, que dirigiu nos anos 70 o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, criou uma montagem especialmente para esta edição do Rio Cena, "Uiva e Vocifera". Nela, ele pretende reproduzir no palco o nascimento do teatro grego.
Uma leitura com apresentação única no dia 17 é outro dos destaques da programação. "Eu me Lembro" é um monólogo, que será lido pelo ator Paulo José e foi elaborado a partir do livro "Memorando", de Fernando Moreira Salles e Geraldo Mayrink.
Várias performances do festival serão realizadas nas ruas do Rio. Um grupo inglês chamado The Whalley Range All Stars apresentará trechos de duas peças em vários pontos da cidade.
Em "The Angels", atores caminham entre os pedestres com asas gigantescas que se movimentam constantemente, presas às suas costas. O outro trecho é da performance "The Headless People", com atores carregando suas cabeças em gaiolas.
A diversidade é o ponto alto do festival. Enquanto o grupo francês Les Arts Sauts leva seu espetáculo aéreo de trapézios nos Arcos da Lapa, índios apresentam uma performance com técnica de butô em "O Olho do Tamanduá".

Festival: Rio Cena Contemporânea
Quando: de hoje ao dia 19
Onde: teatro Glória (r. do Russel, 632, tel. 021/557-5533); teatro Carlos Gomes (r. Pedro 1º, 4, pça. Tiradentes, tel. 021/232-8701); Armazém 1, 2 e 3 (r. Barão de Teffé, 75, pça. Mauá, tel. 021/516-4243)
Ingressos: R$ 12

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