São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Tropas de Angola e Congo travam combate

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Exército da República do Congo disse ontem que tropas angolanas atacaram o sul do país, mas teriam sido rechaçadas. Já o governo angolano confirmou que houve combates no sul do Congo, perto do encrave angolano de Cabinda, mas disse que o ataque partiu das tropas congolesas.
Os relatos de combates espalharam o pânico no sul do Congo, região rica em minérios e petróleo, onde empresas ocidentais têm grandes investimentos.
Até então, a área não vinha sendo afetada pelos conflitos étnicos que assolam a capital do país, Brazaville, há quatro meses.
Diplomatas estrangeiros afirmaram que a residência do presidente congolês, Pascal Lissouba, no sul do país, foi atacada por tropas angolanas fortemente armadas, que partiram de Cabinda.
"É verdade que o Exército angolano invadiu (o Congo) vindo de Cabinda. Eles avançavam em direção a Loudima, mas foram dispersados por ataques aéreos", disse o porta voz do governo congolês referindo-se a uma das duas cidades do sul que os rebeldes afirmaram ter conquistado.
No entanto, na capital angolana, Luanda, Aldemiro Vaz de Conceição, porta-voz do governo, alegou que o Exército congolês atacou suas forças em Cabinda.
O governo do Congo negou que as cidades sulistas de Loudima e Dolisie tenham sido tomadas, como anunciou a milícia rebelde Cobra, liderada pelo ex-presidente congolês Denis Sassou Nguesso.
O envolvimento de tropas do Exército angolano no conflito do Congo, apoiando os rebeldes, parece ser uma resposta ao apoio dado ao governo congolês pela Unita, grupo guerrilheiro angolano que lutou pela independência do país. Depois da independência, a Unita combateu por duas décadas o governo angolano. Hoje, a Unita faz parte da coalizão governista.
As tropas de Lissouba e da milícia Cobra travam uma feroz batalha pelo controle da capital congolesa desde 5 de junho. A milícia Cobra disse no domingo que tinha cercado o aeroporto e o palácio presidencial em Brazaville.
A ONU tinha anunciado na quinta-feira um acordo de cessar-fogo no Congo. As negociações devem prosseguir no Gabão esta semana, uma tentativa de alcançar um acordo mais amplo.

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