São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Investimento direto dos EUA no Brasil pode duplicar em 97

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O investimento direto de empresas dos Estados Unidos no Brasil vai dobrar este ano, passando do nível de US$ 1,975 milhão, registrado em 96, para US$ 4 bilhões, segundo a Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica).
Octavio de Barros, 41, diretor técnico da Sobeet, diz que a previsão da entidade é baseada na "agressividade" dos investidores norte-americanos no mercado brasileiro.
Uma informação oficial que confirma o grande interesse dos investidores norte-americanos pelo Brasil acaba de ser divulgada pelo governo dos Estados Unidos.
Em termos de estoque de investimentos (todo dinheiro aplicado ao longo dos anos), o Brasil é o primeiro país receptor de investimentos diretos de empresas transnacionais norte-americanas no mundo em desenvolvimento.
Os dados oficiais, que se referem ao total dos ativos norte-americanos aplicados no exterior até 31 de dezembro de 1996, serão analisados na próxima edição da "Carta da Sobeet", publicação bimestral que será distribuída aos assinantes esta semana.
O total dos investimentos diretos norte-americanos (dinheiro aplicado na aquisição de empresas, instalações, estoques e na provisão de serviços) no mundo alcançou a cifra de US$ 796,5 bilhões em 31 de dezembro do ano passado.
Desse total, US$ 26,2 bilhões, ou 3,29%, estão aplicados no Brasil. Esse valor é praticamente igual à soma do estoque dos investimentos norte-americanos no México (US$ 18,7 bilhões) e Argentina (US$ 8 bilhões).
Os valores históricos dos investimentos norte-americanos em outros países da América do Sul são: US$ 6,7 bilhões, no Chile; US$ 3,6 bilhões, na Venezuela; US$ 3,5 bilhões, na Colômbia e US$ 2,1 bilhões, no Peru.
A liderança brasileira é ainda mais marcante nos investimentos feitos somente na indústria, segundo os dados do governo dos EUA.
O dinheiro norte-americano aplicado na indústria brasileira atingiu US$ 19,4 bilhões em dezembro de 96.
É um valor quase igual à soma do investimento industrial norte-americano, no México, na Argentina, na Venezuela, na Colômbia e no Equador.

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