São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Sindicato vai assessorar diretor preso com armas em São Paulo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas (99 km de São Paulo) vai prestar assessoria jurídica ao diretor da entidade, João Francisco Carlota, 32, preso em flagrante na manhã de sábado com um carregamento de armas.
Carlota foi preso transportando, em um Gol branco de propriedade do sindicato, 4 revólveres, 1 carabina, 3 espingardas e 158 cartuchos de munição.
Segundo o delegado Rubens de Campos Filho, do 4º Distrito Policial de Assis, Carlota disse que estava levando as armas para lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), no Pontal (extremo oeste de SP).
Também foram presos dois funileiros e um motorista. Todos foram indiciados por porte de armas e formação de quadrilha. O advogado do sindicato, André Guimarães, solicitou o relaxamento da prisão. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Gerardo Mendes de Melo, disse não apoiar o uso de armas na questão agrária.
O sindicato não vai punir imediatamente o diretor e prometeu assessorá-lo até as últimas instâncias. O uso indevido do carro do sindicato vai ser apurado. Segundo Melo, Carlota pediu o carro para participar de um curso de formação sindical em local ignorado.
O presidente do sindicato disse ter ficado surpreso com a apreensão de armas, mas não quis comentar eventuais punições a Carlota. "Não quero emitir nenhum juízo de valor antes de ouvi-lo", disse. Segundo ele, Carlota trabalha na GE/Dako, em Campinas, e não tem antecedentes criminais, conforme levantamento da própria polícia.
"Este incidente não vai alterar o apoio que o sindicato sempre deu à reforma agrária", afirmou.

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