São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercosul terá acordo sobre prestação de serviços

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

Até o final deste ano, os quatro países que formam o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) assinarão acordos para regulamentar as compras governamentais e a prestação de serviços dentro desse bloco econômico.
A informação foi dada ontem pelo secretário nacional de Indústria, Comércio e Mineração da Argentina, Alieto Guadagni.
Esses acordos se referem aos temas mais polêmicos nas atuais negociações dentro do Mercosul. Guadagni disse que os acordos trarão "regras gerais" e que a legislação mais detalhada será definida em negociações posteriores.
Segundo o secretário, o acordo sobre compras governamentais acabará com restrições administrativas e financeiras à participação de empresas do Mercosul nas licitações promovidas pelos governos desse bloco econômico.
Por exemplo: o governo brasileiro não poderá restringir a participação de empresas argentinas, uruguaias ou paraguaias nas concorrências para compra de produtos.
Citando como exemplo os setores de saúde e finanças, Guadagni explicou que o acordo sobre serviços impedirá qualquer barreira à livre atuação de empresas desse tipo com sede no Mercosul, em todos os países do bloco.
No Mercosul, o Brasil é o sócio mais criticado nas discussões sobre compras governamentais e desregulamentação do setor de serviços -a legislação brasileira é considerada a menos flexível para esses assuntos.
A regulamentação para o reconhecimento profissional de trabalhadores autônomos do Mercosul dentro do bloco será mais demorada, pois os países precisam acabar com restrições que já existem nas legislações internas.
Guadagni disse que se reunirá no próximo dia 27 de outubro com o ministro brasileiro da Indústria, Comércio e Turismo, Francisco Dornelles, para avançar nas negociações sobre esses temas.
Números internos
O secretário nacional de Indústria e Comércio da Argentina divulgou ontem números positivos sobre a economia do país, que segundo ele deverá crescer mais de 8% neste ano.
No mês de setembro, a produção industrial da Argentina cresceu 11% em relação a setembro de 1996. Nos primeiros oito meses de 1997, em comparação com o mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 7% -e as importações subiram 25,1%.
Guadagni lembrou que o déficit da balança comercial argentina em 1997 continua previsto em aproximadamente US$ 3 bilhões.
O atual estoque de empréstimos financeiros ao setor privado está em US$ 61 bilhões, o que representa um aumento de 21% em relação ao nível registrado nos anos de 1995 e 1996.
No mês passado, os juros anuais para empresas de primeira linha ficaram em 7,9%, o que representa uma queda de 31,3% em relação a setembro de 96.

Texto Anterior: Fraudes ocorrem nos maiores mercados
Próximo Texto: Conselhos profissionais ficam autônomos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.