São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Comunistas voltam atrás e apóiam governo

Partido derrubou premiê na quinta

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder da Refundação Comunista (RC), Fausto Bertinotti, anunciou que seu partido voltou atrás e vai apoiar o Orçamento para 1998 elaborado pelo governo italiano.
A mudança de posição dos comunistas aponta para o renascimento da coalizão de centro-esquerda que assumira o poder em maio de 1996. O governo comandado pelo premiê Romano Prodi era o primeiro de inclinação esquerdista na Itália desde o fim da Segunda Guerra Mundial(1939-1945).
"Nós votaremos pelo Orçamento do governo, mas no final haverá algumas modificações", disse Bertinotti, no programa de entrevistas "Porta a Porta",. da RAI.
Na semana passada, a RC, um dos partidos que garantiam a sobrevivência do governo Prodi no Parlamento, se recusou a apoiar o Orçamento para 1998, que previa cortes equivalentes a US$ 2,9 bilhões, concentrados no sistema previdenciário.
A retirada do apoio comunista deixou a coalizão governista minoritária, levando Prodi a renunciar -ele agora ocupa o cargo interinamente.
Anúncio oficial
O acordo com os comunistas já havia sido anunciado por Prodi. "Estamos próximos de um acordo", afirmara horas antes das declarações do líder comunista. O premiê interino prometeu realizar um anúncio oficial hoje.
Perguntado sobre se o projeto original do governo para o Orçamento continuava o mesmo, Prodi afirmou: "Exatamente". Uma das demandas da RC, porém, parece ter sido atendida. Foi incluída proposta para reduzir, em 2000, a jornada de trabalho semanal.
A crise lançada na semana passada pela indecisão da RC colocou dúvidas sobre as chances de a Itália adotar, já na primeira leva, o euro -moeda única européia-, em janeiro de 1999.
Entre os critérios para participar da adoção, a Itália tem de reduzir seu déficit público a ao menos 3% do PIB (Produto Interno Bruto).

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