São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997 |
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Motorista diz que não levantou caçamba
ANDRÉ MUGGIATI
No último dia 7, Teixeira dirigia um caminhão com a caçamba levantada na via Dutra. A caçamba se chocou contra uma passarela, que desabou. Sete pessoas morreram no acidente, que envolveu cinco veículos. Após o depoimento, o delegado Antônio Martins indiciou Teixeira por homicídio culposo (não intencional) e lesões corporais culposas. Para o delegado, o motorista "foi negligente por não perceber que a caçamba estava levantada". Avião caído O depoimento de Teixeira começou às 11h de ontem e durou cerca de três horas e meia. O motorista não quis dar entrevistas. Ele disse à polícia que, na hora do acidente, chegou a pensar que um avião tivesse caído sobre a carreta do caminhão. Segundo o delegado, Teixeira afirmou que não haveria possibilidade de ter acionado o mecanismo que levanta a caçamba por engano. Durante o depoimento, o motorista disse acreditar que uma falha mecânica no caminhão tenha levantado a caçamba. A caçamba teria subido depois de ele passar por um buraco ou uma saliência da pista, a cerca de 400 metros do local do acidente. Teixeira disse que fugiu após o acidente por ouvir algumas pessoas dizendo que queriam pegá-lo. "Ele disse que ficou com medo de ser linchado", afirmou Martins. Sinais de luz Ele também afirmou não ter visto o ônibus da viação Tupã que teria seguido atrás dele por cerca de 300 metros, tentando alertá-lo com sinais de luz. Martins disse ter decidido indiciar Teixeira independentemente do resultado da perícia técnica no caminhão, que tem prazo de 30 dias a partir da data do acidente para ser concluída. "Não dá para acreditar que alguém possa dirigir um caminhão desse tipo e não perceber que a caçamba está levantada", disse o delegado. No depoimento, Teixeira afirmou que dirige caminhões há 11 anos e trabalha transportando areia pela via Dutra há quatro. O delegado marcou para quinta-feira o depoimento do mecânico conhecido apenas como Alemão, que fazia a manutenção do caminhão. Até agora, o delegado Martins ouviu sete pessoas no inquérito, incluindo o motorista Evandrezegilo Teixeira. Hoje, ele deverá enviar documento para a polícia do Rio ouvir as testemunhas que moram naquela cidade. Facilidade para a imprensa Martins afirmou, entretanto, que prefere ouvir a atriz Eloísa Mafalda -que estava no ônibus que tombou no acidente- em Guarulhos, "para facilitar para a imprensa". O delegado disse não acreditar que o inquérito seja concluído no prazo de 30 dias. Texto Anterior: Chances de sequelas são reduzidas Próximo Texto: Professor da USP deve depor sobre morte Índice |
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