São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Professor da USP deve depor sobre morte

Procuradora pode não ter se matado

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia deve intimar este mês o professor de direito civil da USP Alcides Tomasetti Junior, 46, para depor sobre a morte da mulher, a advogada e procuradora do Estado Denise Piovani, 33.
Segundo a polícia, Tomasetti já foi chamado outras duas vezes, mas não compareceu.
Denise morreu com um tiro no rosto no dia 9 de dezembro do ano passado, no apartamento onde morava com o professor, na Vila Alexandria (zona sudoeste).
No dia, Tomasetti foi à delegacia e, transtornado, afirmou que a mulher tinha se matado.
Em abril deste ano, a natureza do inquérito policial mudou de "suicídio" para "morte a esclarecer".
"Encontramos elementos que levantam dúvidas sobre a morte", disse o delegado titular do 27º DP, Naief Saad Neto.
Os elementos, segundo o delegado, são indícios de comportamento violento por parte do professor e o perfil da vítima, que "não tinha características de suicida".
A polícia tem trechos de um diário de Denise, em que ela afirma ter sido ameaçada de morte.
Além do diário, algumas testemunhas, ouvidas no inquérito, confirmam as supostas ameaças.
Entre elas, um delegado de polícia que declarou ter sido procurado por Denise um ano antes da morte para falar sobre o assunto.
Denise e Tomasetti viviam juntos havia dois anos, em relação consensual (não oficializada).
Segundo a família de Denise, Tomasetti fora casado antes e, após a morte da procuradora, voltou a viver com a ex-mulher, Maria Bernadete. Segundo a polícia, existem dois termos circunstanciados (registros de ocorrências para crimes com penas de até um ano) na Justiça sobre duas supostas agressões do professor contra Maria Bernadete, que teriam ocorrido este ano.
Perícia
No apartamento de Denise e Tomasetti foram encontradas, no dia da morte da procuradora, 17 armas, apenas seis com registro.
O delegado agora pretende fazer uma reconstituição dos fatos.

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