São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Idec e Procon apontam falhas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e o Procon criticaram o substitutivo do deputado Pinheiro Landim (PMDB-CE) a projeto de lei que regulamenta planos e seguros de assistência à saúde.
O Idec divulgou nota em que ameaça fazer uma lista dos parlamentares que "votarem contra os legítimos interesses dos consumidores" para veicular na Internet até a eleição do próximo ano.
O Idec relaciona os quatro pontos que considera negativos.
O mais grave, segundo o instituto, é a exclusão da obrigatoriedade, pelas empresas de planos e seguros de saúde, de tratamentos obstétricos e de alta complexidade.
Segundo o Idec, a primeira causa da internação de mulheres é a necessidade de tratamento obstétrico. Já os tratamentos de alta complexidade são basicamente os relacionados a problemas cardíacos e câncer, as duas principais causas de morte no país.
O Idec também reclama da possibilidade de aumento no preço em razão de faixa etária do cliente, a exclusão de tratamento de doenças preexistentes nos dois primeiros anos em que o paciente estiver vinculado ao plano ou seguro e a permissão para a oferta de planos sem cobertura hospitalar.
"Da forma como está o substitutivo, a lei piora a situação do consumidor, que vinha ganhando na Justiça o direito de ser atendido, qualquer que fosse a sua doença ou necessidade de tratamento", disse ontem a coordenadora do Idec, Marilena Lazzarini.
A Associação Médica Brasileira encaminhou na semana passada ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PDB-SP), um documento com críticas ao projeto de Landim.
A associação defende a obrigatoriedade da cobertura total de doenças e também acha que deve caber aos médicos a definição dos preços cobrados dos planos por consultas e outros procedimentos.
A diretora do Procon do Distrito Federal, Eliza Martins, disse que para o consumidor o projeto aprovado ontem é "um desastre".
Segundo ela, a falta de cobertura mais abrangente deixa o cliente do plano ou seguro de saúde na condição de um apostador de loteria. O vice-líder do governo na Câmara, deputado Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ), defendeu o texto aprovado. "É a primeira regulamentação de um mercado sem lei", disse.

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