São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997 |
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'Por Amor' tenta conquistar com clichês
MARIANA SCALZO
A trama alcançou a média de 48 pontos de audiência em sua estréia. Cada ponto de audiência equivale a cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo. Manuel Carlos, 64, autor da história, faz em "Por Amor" um arroz com feijão, muito diferente das últimas atrações que preencheram o horário nos últimos tempos -não que as anteriores tenham mais mérito. Mas o novelista sabe temperar seu trivial. Depois de oito meses vivendo o cotidiano fantasioso de Greenville, de "A Indomada", o telespectador voltou a cidades reais. Primeiro, Veneza. A trama começa na cidade italiana mostrando a viagem de Helena e Eduarda (Regina e Gabriela Duarte), mãe e filha, as duas protagonistas da trama. Desde as primeiras tomadas, o que se viu foi um amontoado de clichês: o amanhecer na cidade, a Piazza San Marco e as protagonistas já discutindo o amor. Depois veio o Rio de Janeiro, e mais uma vez uma panorâmica já exibida à exaustão em outras tantas novelas. A partir dali, o telespectador começou a conhecer os outros personagens da trama. Branca (Susana Vieira) recebe um grupo de amigos. Novamente, uma discussão sobre o amor. Os diálogos trabalham uma linguagem simples, com frases que todo mundo já ouviu, ou até mesmo disse ou pensou: "Ciúme acaba cansando", "Sogra é praticamente da família", "Quero um homem que me acrescente e a quem eu acrescente, porque casamento tem de ter mão dupla", ou ainda "Você acredita em amor à primeira vista". "Por Amor" investe no cotidiano, buscando identificação com qualquer universo e, por consequência, qualquer telespectador. Pode parecer um pouco raso e simplista. Mas é necessário ter em mente que "Por Amor" é uma história para ser contada no horário nobre da emissora de maior audiência do país. Então, o objetivo é conquistar. Para isso a trama lança mão de elementos de fácil digestão: as presenças de Regina Duarte, Antônio Fagundes e do novo galã Fábio Assunção, e trilha sonora com participação de Fábio Jr., revivendo um sucesso brega dos anos 80. Como já disse Paulo Ubiratan, que supervisiona a direção da novela: "Essa não tem erro". É bem provável que não. O colunista José Simão está em férias. Texto Anterior: Milhazes 'Santa Cruz' com aval francês Próximo Texto: Gênese de Antonioni Índice |
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