São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Ministro cobra definição do PMDB

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) disse ontem que o PMDB tem de acabar com sua "crise existencial" até dezembro e decidir se fica ou sai do governo.
"Se quiserem ter candidato (à Presidência), eles (o PMDB) podem escolher o 'Joaquinzinho' e lançá-lo candidato. Mas têm de sair do governo. Não podem é querer ficar nas duas posições."
Para o ministro, é "muito estranho" o fato de o partido não ter decidido até agora se apóia ou não a reeleição de FHC.
O PMDB está dividido entre defender a reeleição de FHC ou lançar candidato próprio. Caso o partido decida pela segunda opção, três nomes são cogitados: o ex-presidente Itamar Franco e os senadores José Sarney (AP, que também já foi presidente) e Roberto Requião (PR).
O prazo estipulado por Motta coincide, segundo ele, com o limite definido por FHC para que deixem o governo os ministros que desejam se candidatar em 98.
Motta citou como sendo do PMDB que "colabora" com o governo o presidente da Câmara, Michel Temer, os líderes do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima, e no Senado, Jader Barbalho, e os ministros Eliseu Padilha (Transportes) e Iris Resende (Justiça).
Para Motta, o partido dele, o PSDB, está em confortável posição política. Disse que os sete governadores tucanos serão candidatos à reeleição, inclusive o governador de São Paulo, Mário Covas, que até agora tem negado a candidatura.
Ele disse que o governo FHC fez "de 50% a 60% do que se dispôs". "Não fizemos tudo pelas dificuldades naturais de negociação com o Congresso e com o Judiciário, mas que fazem parte do jogo democrático."
Motta disse também que o governo vai insistir nas reformas constitucionais. "Se não sair tudo que a gente quer agora, esperamos que saia na transição do primeiro para o segundo governo."
Convenção do PMDB
A corrente governista do PMDB vai exigir que o presidente do partido, deputado Paes de Andrade (CE), convoque imediatamente a convenção nacional para decidir, até o final do ano, se a legenda terá candidato próprio ou integrará a coligação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Vamos procurar o Paes e dizer que queremos a convenção já. Se ele não convocar, tomaremos as providências previstas no estatuto", disse o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima.
A convenção do partido pode ser convocada pela Executiva Nacional ou por dois terços dos presidentes regionais. "Por mim, a convenção já teria sido realizada", afirmou Paes, que ontem participou de um encontro do PC do B.

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