São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997 |
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Mexicano subverte o melodrama
AMIR LABAKI
Valeu ao diretor três prêmios em Veneza 96 e vitórias nos festivais de Havana e Biarritz, entre outros. A anunciada fórmula ripsteiniana de subversão das regras do melodrama funciona aqui como nunca. Um melodrama farsesco evolui para um policial macabro. O ponto de partida é um fato real, já levado às telas por Leonard Kastle em "The Honeymoon Killers" (1970). Uma solitária gorda (Regina Orozco) e um espertalhão careca (Daniel Gimenez Cacho) encontram-se por meio de um correio sentimental de revista. Ela é uma enfermeira ardente e "suorenta", que cuida sozinha do casal de filhos pequenos. Já ele não passa de um pequeno escroque. Ela procura um amante; ele, uma nova vítima. Nasce mais uma história de amor louco. Coral e Nicolas percorrem o México atrás de mulheres infelizes. A almodovariana Marisa Paredes torna inesquecível a segunda delas. Ripstein assume o minimalismo para narrar essa história de crescente selvageria. Emprestou o título original ("Profundo Carmesí") de uma frase de Thomas de Quincey: "Num ensaio sobre Macbeth, ele equipara a profundidade da cor à intensidade dos crimes cometidos. Os crimes de A empalidecem diante do carmim profundo dos de B". O resultado nasce clássico. (AL) Texto Anterior: 'Trekkies' é feito para fãs malucos Próximo Texto: Hanecke testa o limite da violência Índice |
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