São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Falha no motor deve ter causado acidente

OTÁVIO CABRAL; RENATO KRAUSZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pane no motor é a causa mais provável para o acidente de ontem à tarde com o avião monomotor Aeroboero.
A opinião é do major Odim Grote, do Serac 4 (Serviço Regional de Aviação Civil), que vai investigar as causas do acidente.
Para Grote, é praticamente certo que houve falha mecânica. Pelas características do acidente, a probabilidade maior é que a falha tenha acontecido no motor.
"O avião estava com o tanque cheio de combustível. Houve um problema mecânico, provavelmente no motor. Posso dizer que a chance de ter havido falha no motor é de 90%", afirmou Grote.
O fato de o avião não ter feito barulho no momento da queda, possivelmente porque o piloto teria desligado a parte elétrica, indicaria que o avião estava com problemas mecânicos, acredita Grote.
Inicialmente, o major descarta que tenha havido qualquer falha do piloto, que deve ser ouvido no Serac 4 até o final da semana.
Peritos da Aeronáutica foram ao local do acidente vistoriar os destroços do avião, que teve perda total, segundo Ruy Carlos Crescenti, presidente do Aeroclube de São Paulo.
Crescenti não quis comentar o que teria causado o acidente. "Antes de dar qualquer opinião, eu preciso falar com o piloto", declarou. Mas ele afirmou que a curva que o avião fez logo após a decolagem não estava prevista em sua rota. "O piloto tentou voltar por causa de algum problema, que ainda não posso dizer qual é."
Piloto
O aluno que estava pilotando o avião, Renato Rabay Dutra, e o instrutor João Miguel de Aquino Neto não deram qualquer declaração sobre o acidente. Dutra, que quebrou o nariz, está em observação no hospital.
Aquino Neto saiu do hospital e não voltou ao aeroclube.
Outro inquérito foi instaurado ontem pela Polícia Civil, no 2º DP (Bom Retiro). Os policiais também devem ouvir o aluno que pilotava o avião ainda nesta semana.
Após a perícia, o que restou do avião foi levado para o Campo de Marte. Para remover o monomotor, foi necessário o uso de um guindaste e o trabalho de cerca de 30 pessoas de uma empresa contratada pela Aeronáutica especialmente para a remoção.
Após o avião ser removido, os bombeiros ainda precisaram lavar a pista com espuma e serragem para retirar o combustível que vazou do avião. Somente então a pista pôde ser liberada.
Segundo Crescenti, o avião tem seguro contra terceiros, que deve cobrir os prejuízos dos proprietários dos dois carros atingidos. O seguro também deve cobrir o valor do avião, cerca de R$ 80 mil.
(OTÁVIO CABRAL e RENATO KRAUSZ)

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