São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Nordeste tem metade das crianças sem escola do país

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Metade das crianças de 7 a 14 anos que estão fora da escola no Brasil se concentram na região Nordeste do país.
Os dados mais detalhados sobre a distribuição das crianças dessa faixa etária que não participam dos sistemas de ensino foram mostrados ontem pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, na apresentação do programa "Toda Criança na Escola", antes do lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
A primeira-dama do país, Ruth Cardoso, o ministro da Saúde, Carlos Albuquerque, as comissões de Educação da Câmara e do Senado e secretários estaduais e municipais participaram do seminário, no auditório do Palácio do Planalto, para discutir o programa.
Na apresentação do programa, no entanto, o ministro não usou o dado de 2,7 milhões de crianças fora da escola detectado pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na contagem realizada em agosto de 96.
"Conforme já foi exaustivamente demonstrado, a população na faixa etária de escolarização obrigatória que não frequenta a escola é flutuante, variando ao longo do ano. Os números aqui analisados retratam a situação no início do ano letivo de 96, tomando como referência as matrículas iniciais", diz o texto do programa.
Por esse método, 1,8 milhão de crianças de 7 a 14 anos estão fora da escola. Concentram-se no Nordeste 50% delas, e no Sudeste, 22%. Na região Norte estão 14% desses potenciais alunos, e na região Sul, 10%. Por último vem a região Centro-Oeste, com 4%.
Em números absolutos, a Bahia é o Estado com mais crianças fora do sistema de ensino (216,9 mil), mas levando-se em conta a porcentagem em relação à população de 7 a 14 anos, Alagoas é o Estado que tem a maior parte de sua população dessa faixa etária fora da escola (17,7%).
Solução
"Isso mostra a complexidade do problema e como o programa não pode ter um único caminho de solução. O problema é também de viabilização da permanência das crianças na escola e diminuir as taxas de repetência e evasão", disse o ministro da Educação.
"Trazer essas crianças para a escola e fazer com que elas fiquem no sistema é um desafio que engloba todos, não apenas o governo federal, mas Estados, municípios e comunidades."

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