São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997 |
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Nahas obtém liminar e deve voltar ao país
VANESSA ADACHI
A informação foi dada por seu advogado, o criminalista Voltaire Valle Gaspar, que obteve ontem uma liminar que permitirá que Nahas apele em liberdade da sentença que o condenou a 24 anos e oito meses de prisão. "A liminar tem efeito imediato e o Nahas já pode chegar ao Brasil sem risco de prisão. Agora vamos articular a sua volta para que ele possa tomar ciência da liminar", disse Gaspar. Segundo ele, Nahas terá de comparecer à 25º Vara Federal no Rio para tomar ciência oficial da liminar. "Ele estará de volta ao Brasil no máximo na próxima segunda ou terça-feira", afirmou Gaspar. Anulação Isso feito, o advogado diz que o próximo passo será a apelação. "Vou tentar anular a sentença do juiz que condenou meu cliente a 24 anos de prisão sob o argumento de que ele não poderia ter reformado a sentença". Voltaire Gaspar disse que estava certo de que conseguiria obter a liminar. "O Nahas não é nenhum foragido. Tem uma vida normal. Perdeu todo o seu dinheiro e agora é que está se recuperando". Gaspar estima que dentro de 15 a 20 dias será julgado o mérito do pedido de habeas corpus. Ou seja, os juízes avaliarão se o pedido de prisão de Naji Nahas deve realmente ser suspenso. Se julgarem que não, a liminar é cassada e Nahas pode ser preso. "Tenho certeza de que essa liminar não será cassada", afirmou o advogado do investidor. Hoje, o juiz Guilherme Calmon Nogueira da Gama, autor da sentença que condenou Nahas, deve ser comunicado oficialmente sobre a liminar e deverá expedir um contramandado de prisão. "É preciso que a Polícia Federal receba esse contramandado; caso contrário o Nahas pode ser preso ao chegar a país", explicou o criminalista. Gaspar afirmou que Naji Nahas tentou falar com ele durante a tarde de ontem, sem sucesso. "Não tenho ligado para ele. Ele é que me telefona. Nem sei mais onde ele está, se na Europa ou na África", disse o advogado. O ex-megainvestidor deixou o Brasil no último dia 3 de outubro rumo a Paris, em um vôo da Air France. Nahas passou alguns dias no Egito, onde nasceu, e agora não estaria mais naquele país. Segundo seu advogado, ao retornar ao Brasil Nahas não poderá mais se ausentar do país por mais de 15 dias. E cada vez que tiver intenção de viajar terá que pedir autorização prévia à Justiça. Texto Anterior: Contribuinte terá respostas uniformes Próximo Texto: Azevedo quer evitar confronto Índice |
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