São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Diretores da Gaviões comandam agressão

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria da torcida organizada Gaviões da Fiel comandou o ataque ao ônibus do Corinthians.
Um diretor do clube que pediu para não ser identificado afirmou ter visto diretores da Gaviões, inclusive o presidente Douglas Deúngaro, o "Metaleiro", investindo contra o ônibus dos atletas.
O chefe da segurança do clube, Paulo Roberto Perondi, disse que não tem dúvidas da autoria. "Se tem uma pessoa que sempre brigou pela Gaviões, fui eu. Nunca esperava uma coisa assim deles."
Já Manoel Evangelista, diretor de futebol amador, disse que parou seu carro ao pressentir o ataque.
"Pedi aos torcedores que parassem, mas ninguém me deu bola."
Ontem, durante a tarde, diretores da Gaviões negaram participação no episódio. Mas apresentaram duas versões contraditórias.
O relações-públicas da entidade, Thomas Castilho da Silva, disse, em uma entrevista coletiva, que os dois ônibus da torcida voltaram a São Paulo pela Anchieta.
Segundo ele, Deúngaro voltou de carro e parou num hospital para assistir a um torcedor que tinha sido ferido num ataque de torcedores santistas a um ônibus da Gaviões, perto do estádio.
Deúngaro, disse Castilho, chegou casualmente à emboscada no momento em que ela começava e tentou pará-la. "Eram torcedores de bairro", completou.
Já o diretor Sandro Silva Pinto, o "Bart", deu uma versão diferente.
Segundo ele, os ônibus da Gaviões voltaram separados. O dele, em que estaria toda a diretoria, inclusive Deúngaro, passou pelo local da emboscada quando só havia cacos de vidro no chão.
Segundo Pinto, um sócio da Gaviões, de quem não conhece o nome, estava na beira da estrada, fez sinal para o ônibus da Gaviões parar e então contou o ocorrido.
A Folha tentou falar com o torcedor Herbert César Ferreira, a suposta vítima da agressão santista. Mas, quando lhe fazia perguntas, o diretor da Gaviões Wellington Rocha Jr. pegou-o pelo braço e sinalizou para que ele o acompanhasse. Ele se calou e foi embora.
A Folha procurou Deúngaro durante a tarde. Ele chegou a mandar dizer que daria uma entrevista, recuou, marcou uma coletiva, mas mandou Castilho em seu nome.

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