São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Câmara vai priorizar projeto da Casa e não proposta de Requião

Senador quer restringir legislação a direito de resposta

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou ontem que a Casa vai dar prioridade à análise do projeto de Lei de Imprensa aprovado em agosto pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e não à proposta de direito de resposta elaborada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR).
"O texto da Câmara já está sob exame. Ele tem prioridade", disse. Segundo Temer, o projeto de direito de resposta de Requião, aprovado anteontem pelo Senado, será anexado ao texto da CCJ, que está pronto para votação no plenário.
Isso significa que a proposta do senador não será diretamente analisada pelos deputados.
Requião e outros senadores querem acabar com a lei específica para a imprensa e regulamentar só o direito de resposta para quem se sentir ofendido por algum veículo de comunicação. O projeto de Requião permite o fechamento da empresa que desobedecer decisão judicial de publicação de resposta.
"A Câmara vai priorizar a votação de uma lei de imprensa", afirmou o presidente da CCJ, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Supressão
No entanto, há deputados que também defendem a idéia de regulamentar somente o direito de resposta e eliminar a Lei de Imprensa.
"Vou propor a supressão no plenário de todos os artigos do projeto da CCJ que não tratem de direito de resposta", disse Paulo Heslander (MG), líder do PTB.
Além de prever o direito de resposta, o projeto da CCJ, relatado pelo deputado Vilmar Rocha (PFL-GO), substitui por multas a pena de prisão para jornalistas que cometerem o crime de imprensa (calúnia e difamação, por exemplo). O texto dá aos juízes o direito de fixar o valor da indenização que as empresas condenadas por crime de imprensa devem pagar ao ofendido.
Para tanto, os juízes não poderão levar o veículo à falência e terão de considerar o prejuízo à imagem do ofendido.
Henrique Eduardo Alves afirmou que o projeto da CCJ deverá ser votado em novembro pelo plenário da Câmara. Segundo a Secretaria Geral da Mesa, não há um prazo definido para a votação.
Temer disse que vai convocar ainda este mês uma reunião de líderes para encaminhar o tema.

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