São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Raupp afirma que negociação não é comprometedora

Peemedebista confirma que apoiará FHC na eleição de 1998

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador Valdir Raupp (RO) disse ontem à Folha que considera um fato normal um governador pedir ajuda ao presidente da República e afirmou que não há informações comprometedoras na gravação feita pelo deputado.
"Estamos desde abril negociando com a Eletrobrás e o BNDES. Agora, eu acho que é normal o fato de o governador pedir ao presidente que interceda e ajude numa negociação que já vem se arrastando há mais de seis meses", afirmou Raupp.
O governador confirmou que fechou recentemente o apoio à reeleição de FHC. "Eu falei com ele (Olavo Pires) que deixei até uma carta com o presidente da República, há uns 60 dias, em que eu apóio o presidente Fernando Henrique."
A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa do presidente Fernando Henrique Cardoso para ouvi-lo sobre as declarações do governador. A assessoria pediu, então, que o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, entrasse em contato com a Folha.
Mendonça de Barros disse que o que está ocorrendo em Rondônia é a federalização da Ceron: "Estamos fazendo o aumento de capital da Ceron. O Estado está abrindo mão da subscrição da sua parte e o BNDES e a Eletronorte estão fazendo o aumento de capital".
Mendonça de Barros disse que a operação faz parte de um programa de privatização que já atinge 14 empresas estaduais. Mas acrescentou que as empresas de Rondônia, Piauí e Acre são casos especiais.
"Como têm uma característica específica, a situação delas é das piores, se não é a pior, foi desenvolvido esse mecanismo de assumir o controle para aumento de capital", disse.
Ele justificou por que o assunto foi tratado com o presidente Fernando Henrique Cardoso. "Tem que passar pelo presidente, porque ele tem que assinar a medida provisória da federalização (da Ceron). Mas a engenharia financeira foi do BNDES e da Eletrobrás."
Sobre o fato de Raupp ter afirmado que vai usar o dinheiro em obras, respondeu: "O que ele faz a gente não tem controle".
A Folha também entrou em contato com a assessoria do ministro Sérgio Motta. Até o fechamento desta edição, ele não havia respondido às ligações.

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