São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Os novos modos

JANIO DE FREITAS

Nada como campanha eleitoral.
Na última temporada de enchentes, Minas foi a grande vítima. O presidente Fernando Henrique Cardoso, além do absoluto alheamento administrativo ao problema, não dirigiu sequer uma palavrinha de conforto aos mineiros.
A atual fase de enchentes começou vitimando o Rio Grande do Sul. O candidato Fernando Henrique Cardoso quis constatar pessoalmente a extensão do desastre e levar sua solidariedade às vítimas -diante das televisões convocadas, todas, e dos repórteres e fotógrafos transportados até lá.
Lerdo e rápido
Três anos para verificar se determinadas escolas cobraram aumentos não justificados pelos custos -nem dá para imaginar sutilezas e minúcias investigatórias que consumissem tanto tempo.
Em todo caso, há 15 dias o governo divulgou que 175 escolas de São Paulo e Rio teriam que compensar ou restituir aumentos abusivos cobrados em julho de 94.
Com tamanha presteza do governo em defesa dos cidadãos usurpados, o provável é que a maioria dos alunos prejudicados nem esteja mais na escola. Mas os representantes do ensino privado não arriscaram: deram o seu tradicional berro, avisando logo que não há hipótese de restituição.
Foi o suficiente para o governo sumir de cena. Em silêncio, escafedeu-se.
Na certa
Revelação do jornalismo esportivo -pela combinação de conhecimento, franqueza e elegância- Tostão faz a ressalva de que, a seu ver, "Pelé não está se aproveitando" da dupla condição de ministro do Esporte e dono da empresa Pelé Sports & Marketing, mas não deixa de dizer, em entrevista a Roberto Naves no "Correio Braziliense":
"Na minha visão, na minha referência de cidadão, acho que está completamente errado ser empresário do esporte e ser ministro do Esporte. Acho que isso não é ético".
Com enfoque nesse mau tratamento dado à ética, entende-se melhor o tratamento dado a certos pontos no projeto de Pelé, já em tramitação no Congresso, para dar nova organização ao esporte.

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