São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Funcionários dizem que já houve vazamento

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

Três funcionários do restaurante Beduíno Árabe, que ficaram feridos na explosão, disseram que já havia ocorrido outro vazamento, igual ao de ontem, há três meses.
Segundo o garçom Francisco de Chagas Pereira, na ocasião os bombeiros chegaram a ser chamados enquanto funcionários da Consigaz abasteciam os botijões.
"Os bombeiros disseram que era como se tivesse uma bomba ali dentro", afirmou Pereira, que culpa a empresa de gás pela explosão.
A Consigaz não confirma se houve esse vazamento. Pereira, que teve queimaduras em 19% do corpo, continuava internado, com outros cinco funcionários do restaurante, no hospital Jabaquara, na tarde de ontem. Segundo o hospital, eles não corriam risco de vida.
Às 17h, cinco deles submeteram-se a cirurgia plástica, para evitar que as bolhas das queimaduras infeccionassem.
Os feridos têm queimaduras de primeiro e segundo graus (menos graves que as de terceiro grau), em até 38% do corpo. Só terão alta após, pelo menos, 48 horas.
Segundo o hospital, a cozinheira Maria Lúcia Tomé Gomes, 39, teve os ferimentos mais graves e sofreu traumatismo craniano.
Ela e Ribeiro estavam na cozinha, onde ocorreu a explosão.
"Primeiro a gente ouviu um chiado forte, de vazamento de gás, e saímos do restaurante", afirmou Ribeiro. De acordo com ele, o chiado durou cerca de 30 minutos. "Quando o barulho parou, nós começamos a voltar. Foi aí que explodiu", disse.
Ribeiro afirmou que ao sentir a explosão saiu correndo, caminhando no meio do fogo.
"Vinha faísca de todo lado, o teto desabando, todo mundo gritando. Só não queimei o cabelo porque estava de boné. Quando cheguei lá fora foi que comecei a tirar a camisa, toda queimada".
Ribeiro disse que foi socorrido por um um carro que passava pela avenida e o levou ao hospital.
Os funcionários disseram não saber se vão entrar na Justiça para serem indenizados. "Isso aí a gente vê depois, porque isso não vai ficar assim", disse Pereira.

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