São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Capital tem 7 incidentes por dia

FABIO SCHIVARTCHE

da Reportagem Local O Corpo de Bombeiros atende a uma média de sete ocorrências de vazamento de GLP por dia na cidade de São Paulo.
Só no ano passado, foram registrados 287 vazamentos com fogo e outros 2.321 sem fogo na capital -totalizando 2.608 ocorrências. Em 1995, aconteceram 2.489 incidentes com GLP na cidade.
Somando os casos atendidos no Estado de São Paulo, o número de ocorrências diárias sobe para mais de 6.000 (uma média de 17 atendimentos por dia, em 1996).
O capitão Adílson de Toledo Souza, da divisão de comunicação social do Corpo de Bombeiros, informou que até julho deste ano já foram registradas 3.555 ocorrências com GLP, entre vazamentos e incêndios causados por vazamento de gás.
Segundo ele, há três razões para a maioria dos acidentes: o estado do botijão, o manuseio inadequado do bujão e seus acessórios (mangueiras, braçadeiras e reguladores de pressão) e o acondicionamento em locais de risco.
"Os botijões devem ser instalados em locais permanentemente arejados. De preferência, do lado de fora das casas e apartamentos", disse Souza.
Sucateamento
O grande número de ocorrências com GLP em São Paulo pode ser explicado pelo sucateamento dos botijões. Segundo o Sindigás (sindicato das empresas do setor), há cerca de 17 milhões de unidades com mais de 25 anos de uso no país que nunca passaram por requalificação. O Brasil tem em uso cerca de 81 milhões de botijões.
Por causa do mau estado de conservação dos botijões, o Sindigás e o governo federal resolveram modificar as normas de venda do produto (leia texto nesta página).
Como cada empresa passa agora a ser proibida de engarrafar botijões de outras marcas, a responsabilidade por acidentes -que sejam comprovadamente causados por defeito do produto- passa a ser da própria empresa.
"Agora as companhias vão ter de se responsabilizar pela segurança de seus botijões", diz o coordenador nacional dos centros de destroca de botijões (órgão ligado ao Sindigás), Amaro Helfstein.
Ele diz que a metade (cerca de 811 mil) dos botijões que passaram pela requalificação, entre dezembro de 96 e julho de 97, foram reprovados nos testes e sucateados por não ter condições de uso.

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