São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Portaria será mal recebida por empresas

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A restrição ao mercado paralelo de telefones imposta pelo Ministério das Comunicações, por meio da portaria publicada hoje, poderá gerar uma nova onda de ações judiciais.
Essa era a expectativa de agentes desse mercado consultados ontem pela Folha.
A determinação do governo de permitir apenas uma transferência de titularidade, no caso das linhas adquiridas antes de 1º de novembro, prejudicará o consumidor, na avaliação do mercado.
Isso porque a Telebrás continuará, ainda por algum tempo, não conseguindo atender à demanda.
Segundo Edmon Rubies, diretor da Bolsa do Telefone, o mercado vai reagir com ações judiciais.
"A restrição vai apenas criar privilégio para as empresas do mercado paralelo que obtiverem liminares na Justiça contra a portaria", afirmou.
Na avaliação do diretor do Balcão do Telefone, Roberto Manoel Marques, se a portaria realmente impuser restrições à comercialização de linhas de forma retroativa, como previsto, os negócios tenderão a diminuir e o mercado vai operar com liminares.
Apesar da incerteza sobre o texto da portaria, representantes do mercado paralelo afirmavam ontem que a redução no preço da habilitação teria pouco efeito prático para o consumidor, pois a Telebrás não consegue atender à demanda em São Paulo e em outros Estados.
Em Minas Gerais, por exemplo, é mais fácil conseguir uma linha celular do que uma de telefone convencional.
O usuário de celular sai da Telemig (Telecomunicações de Minas Gerais S/A) com o seu aparelho funcionando, enquanto a linha convencional tem fila de espera.
Atualmente, 200 mil pessoas aguardam pela instalação de seus telefones, sendo que 133 mil desses usuários terão de esperar até o ano que vem.
A Telpe (Telecomunicações de Pernambuco) vai abrir em novembro as inscrições para compra de telefone fixo a R$ 80,00.
Os inscritos serão incluídos no final de uma lista de espera que já tem 800 mil nomes. O prazo para instalação dos novos aparelhos poderá ser superior a seis anos.
A meta para este ano é instalar 85.359 aparelhos. Em Pernambuco existem 349.949 telefones em funcionamento.

Colaborou a Agência Folha

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