São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997 |
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'Cor-de-rosa' não entra
ALEXANDRE GIMENEZ; ARNALDO RIBEIRO
Suando muito -pelo enorme calor na pequena sala onde concedeu a entrevista, cercado de outros dez membros da Gaviões-, Metaleiro disse que qualquer um pode fazer parte da torcida. "'Desde que seja corintiano, homem ou mulher. Cor-de-rosa não entra." (AGz e AR) * Folha - Qual a sua versão sobre a emboscada que o time corintiano sofreu? Metaleiro - Eu estava lá. Voltava num carro particular e parei para ajudar. Não agredi ninguém. Foi um grupo de Diadema. Não temos controle sobre todos. Folha - Mas você está ciente de que esse ato pode inviabilizar o retorno das torcidas organizadas? Metaleiro - Não se pode generalizar. Ninguém pediu que a PM fosse extinta após as brutalidades cometidas por alguns soldados. Folha - Vocês não se acham violentos? Metaleiro - Não somos santos. Somos reflexo da sociedade. Não somos uma ilha isolada no país. A violência está em todos os cantos. Mas não pregamos ela. Folha - O que vocês pregam para os sócios? Metaleiro - Antes de admitirmos um sócio, expomos a filosofia e a história dos Gaviões. Se ele cometer uma falta, tentaremos reeducá-lo. Em caso de reincidência, será expulso. Folha - O que é necessário para entrar na torcida? Metaleiro - Precisa ser corintiano, só isso. Homem ou mulher. Não tem terceiro banheiro aqui. Não existe gavião cor-de-rosa. Folha - Você ganha dinheiro liderando a torcida? Metaleiro - O estatuto não permite. Quando você se torna presidente, sabe que ficará dois anos andando para trás, na vida particular e profissional. Separei da minha mulher, após dez anos casado, com filho e tudo. O Corinthians está acima de qualquer coisa. Texto Anterior: Organizadas alteram seu perfil em 30 anos Próximo Texto: Refúgio corintiano esvazia investigação Índice |
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