São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Refúgio corintiano esvazia investigação

LUIZ CESAR PIMENTEL
e MARCILIO KIMURA

LUIZ CESAR PIMENTEL; MARCILIO KIMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para evitar confronto com torcedores, time estica estadia em Minas e compromete depoimento a promotor

O Corinthians faltará ao depoimento da promotoria pública que investiga a emboscada ao time e que pode determinar a extinção da Gaviões da Fiel.
Fernando Capez, promotor da Cidadania, marcou para a próxima segunda-feira, às 14h, a audiência dos jogadores e da comissão técnica que sofreram o ataque.
Mas, ameaçada de rebaixamento no Brasileiro, a equipe resolveu esticar a estadia em Belo Horizonte (MG), onde enfrenta amanhã o Cruzeiro, às 16h, no Mineirão.
Preocupada com a pressão das torcidas organizadas, a diretoria do clube decidiu que o time vai se preparar na capital mineira para o jogo contra o Fluminense, quarta-feira, no Rio.
"É uma estratégia para que possamos ter os jogadores mais próximos entre si e mais distantes das pressões externas", explica o gerente de futebol, Paulo Angioni.
O vice-presidente do clube, José Mansur Farhat, pediu que o depoimento seja transferido para o dia 23, quando a delegação retorna a São Paulo.
Capez não aceitou o pedido, mas admitiu estudar a mudança.
O promotor quer que jogadores, comissão técnica e o motorista do ônibus, Alfeu Alves da Silva, confirmem as declarações dadas à imprensa de que seus agressores foram membros da Gaviões da Fiel.
O depoimento seria o primeiro passo para instaurar inquérito sobre os responsáveis do atentado.
Gaviões
O chefe de segurança corintiano, Paulo Roberto Perondi, revelou ontem que, duas horas após a depredação do ônibus, o presidente da Gaviões da Fiel, Douglas Deungaro, esteve no Parque São Jorge com outros cinco integrantes da torcida e ironizou o incidente.
"Gostaram do susto? Agora vai resolver?", teria dito Deungaro, segundo Perondi.
"Você ajuda os caras e eles fazem uma emboscada. Me revolta a presença dele como presidente da Gaviões", completou Perondi.
Ele disse que o número de seguranças para os jogos deverá ser dobrado, passando de 10 para 20.
As manifestações da Gaviões da Fiel, no entanto, continuarão. Uma já tem até data marcada. Será no dia 1º de novembro, quando o Corinthians enfrenta o Sport no estádio do Morumbi.
Os torcedores ficarão à porta do estádio, com batucada, orientando os corintianos a não entrarem em represália à situação do time.
Mirandinha e Rincón não se queixaram da multa de 10% sobre seus salários, como punição pela briga após enfrentar o Santos.
"O erro tem que ser cobrado. Eu errei", reconheceu o meia, que disse ainda não ter falado com o atacante, após o desentendimento.

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