São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997 |
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"L.O.V.E." mostra conflitos
DANIELA ROCHA
Assim é "L.O.V.E.", espetáculo do grupo inglês Volcano, que se apresenta a partir de hoje no Rio Cena Contemporânea. Smith contracena com outros dois atores, Paul Davies e James Hewinson. No início do espetáculo, reina o silêncio, quando os personagens estão à procura de amantes. A partir de um momento, há o envolvimento de um dos atores com outro e do segundo pelo terceiro e a trama está formada. Essa trama foi retirada de 154 sonetos de Shakespeare. As falas todas são poemas, nem sempre de fácil compreensão, mas que rendem uma belíssima história de amor. A ação é física, de teatro físico. Os três pulam, se pegam, se viram, se jogam, correm, dançam, mas sempre conduzidos pelo texto, pelos versos. Na ação, eles também provocam o público, atuam, em momentos, no meio da platéia. "Já tivemos reações adversas de eruditos que não se conformam em ver poemas de Shakespeare serem encenados dessa forma, jovem", disse a atriz. No Brasil, eles apresentaram "L.O.V.E." no último festival Porto Alegre em Cena, no mês passado. A reação do público foi acolhedora. "Afinal estamos falando de amor", disse. Para os atores, que apresentam o espetáculo há cinco anos, texto e ação têm a mesma importância em "L.O.V.E.". Apesar de serem ingleses, eles desconheciam os poemas de Shakespeare antes de fazer o espetáculo, que foi elaborado e dirigido por Nigel Charnock. "Eu conhecia apenas um dos poemas. Poucas pessoas conhecem porque eles são difíceis até para nós, ingleses", disse Hewinson. Em uma das cenas, Smith e Hewinson fazem uma leitura comentada de um dos sonetos, enviado em forma de carta. Ali, eles traduzem para o inglês atual cada verso, que resulta em um dos pontos altos de humor de "L.O.V.E.". (DR) Texto Anterior: Villela apresenta seu Severino mineiro Próximo Texto: João Bosco toca no Rock in Rio Café Índice |
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