São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Verba maior ampliou irregularidades
LUCIO VAZ
As irregularidades na contratação de servidores aumentaram depois que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), elevou de R$ 10 mil para R$ 20 mil a verba de gabinete, destinada à contratação de até 16 funcionários. O deputado Chicão Brígido (PMDB-AC) vinha retendo parte dos salários dos seus funcionários. Ficava com R$ 8.000 para cobrir despesas com cabos eleitorais não cadastrados na Câmara. Chicão também "alugava" o seu mandato para a suplente Adelaide Néri (PMDB-AC). Ele exigiu que a suplente, no exercício do mandato, repassasse para ele os R$ 12 mil pagos pela convocação extraordinária de julho. O deputado Zé Gomes da Rocha (PSD-GO) usou a verba do gabinete para contratar sete jogadores do Itumbiara Esporte Clube, clube que presidiu durante três anos. A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara propôs ao plenário a absolvição de Chicão Brígido e a condenação de Adelaide, que denunciou o "aluguel". A Mesa Diretora propôs a suspensão do mandato de Zé Gomes. A CCJ ainda não se pronunciou. Temer dobrou a verba de gabinete para, diz ele, qualificar a assessoria dos deputados. Foram criados salários de R$ 3.000 a R$ 4.000. Levantamento feito pela Folha, porém, mostra que não houve essa qualificação. Nos meses de março e abril, a folha de pagamento dos gabinetes subiu 92%, de R$ 4,7 milhões para R$ 9,1 milhões. Foram contratados 870 funcionários, mas só 174 com salário acima de R$ 3.000. No mesmo período, houve 4.346 alterações de salários (aumento de salário para funcionários já contratados). Texto Anterior: Parlamentar paga salário de sua filha na Venezuela Próximo Texto: A Folha ontem na opinião do leitor Índice |
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