São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
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Museu exibe obra de pintor esquecido

MARIANE COMPARATO
DE PARIS

Um pintor esquecido por dois séculos e meio é o tema de uma exposição no Grand Palais, em Paris.
O museu exibe as 43 obras de Georges de La Tour (1593-1652) encontradas até hoje. Estima-se que ele tenha pintado entre 200 e 500 trabalhos.
Em sua época, La Tour caiu nas graças do rei Luís 13 -que recebeu de presente o quadro "São Sebastião Tratado por Irene" e mandou tirar as outras telas de seu quarto. Depois disso, ficou esquecido.
Isso porque algumas de suas obras -que nem sempre eram assinadas- acabaram atribuídas a Velásquez, Le Nain e Caravaggio.
Foi apenas em 1915, quando um estudioso alemão, Hermann Voss, descobriu o equívoco, que La Tour saiu do mundo dos esquecidos.
A partir daí, a busca por novas telas de La Tour aumentou, tentando reconstituir sua obra.
A mais recente descoberta é "São João Batista no Deserto", de 93, integrante da exposição. O quadro estava em um pequeno leilão sem catálogo na cidade de Drouot.
Dois quadros de Caravaggio também fazem parte da mostra. "Expusemos suas pinturas porque são temas que La Tour retoma, como 'O Trapaceiro' e 'A Adivinha'. Acredito, apesar de este fato ser contestado, que La Tour tenha visto as pinturas de Caravaggio em uma viagem à Itália", disse à Folha o diretor-presidente do Museu do Louvre, Pierre Rosemberg, curador da exposição.
Uma parte da mostra é dedicada às versões e às cópias feitas a partir de um quadro original. O próprio Georges de La Tour as pintava, provavelmente por encomenda de seus clientes.
O original de "São Sebastião Tratado por Irene", por exemplo, está desaparecido, mas, provavelmente por ter agradado ao rei Luís 13, tem dez cópias. Apenas oito foram encontradas.

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