São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Obra une vanguarda russa e arte digital
PATRICIA DECIA
Inspirado no trabalho dos cubo-futuristas russos, mais particularmente na peça "Vitória Sobre o Sol" (1913), "Máquina Futurista" mostra como artistas das vanguardas do início do século como Vladimir Maiakovski (1893-1930), Velimir Khlébinikov (1885-1922), Kasimir Malevitch (1878-1935) e El Lissitsky (1890-1941) antecipam idéias e conceitos dos trabalhos da arte eletrônica/digital. "Eles passaram do figurativo para o abstrato, que alguns também chamam de concreto, abrindo novas leituras do real. Mostram imagens e palavras livres, autônomas. Trabalham com o signo híbrido, uma sinestesia de palavra, som e imagem", diz Cohen. A instalação/performance é composta por uma grande torre metálica, telões que mostrarão imagens 3-D e a apresentação das performers Lali Krotozinksi e Andréa Araújo. A transmissão ocorre dentro do "Arte e Tecnologia", do Instituto Cultural Itaú, a partir das 18h. Nessa mistura de arte eletrônica e elementos teatrais, tudo tem mais do que a função primária. "A torre foi construída de uma forma que cada ângulo crie uma leitura. Nela estão telões exibindo imagens em 3-D, e a performer atua com elas, criando uma virtualidade de sua própria imagem", diz. Telefone sem fio Conectando 20 países, o webevento "Global Body" é composto por transmissões de áudio e vídeo pela Internet a partir das 16h de hoje até as 16h de amanhã (hora de Brasília). As transmissões podem ser acessadas na Internet (www.global body.zkm.de). Como na brincadeira de telefone sem fio, os artistas recebem as mensagens e imagens, as transformam, aglutinam seu trabalho e as transmitem para o próximo. O único parâmetro é um questionário enviado aos participantes que incluiu perguntas como "Como você acha que a tecnologia vai mudar seu corpo?" (leia texto nesta página). Segundo Cohen, professor de semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o grupo brasileiro já tem respostas. "Acredito que o humano já é um ser tecnológico a priori. Na verdade, a técnica é uma extensão da nossa mente, uma projeção do aparelho humano. Quando se entra na era digital, altera-se a relação de memória, a informação é levada até seu átomo, até seu DNA, e começa a gerar coisas novas, derivativas." O professor da Escola de Comunicação e Artes da USP Arthur Matuck também participa da teleconferência que antecede a performance. Concebido pela artista australiana Jill Scott, curadora residente do Museu de Mídia, "Global Body" tem o apoio de 20 unidades do Instituto Goethe no mundo. O primeiro grande webevento desse tipo foi "24 Hours in Cyberspace" (24 Horas no Cyberespaço), que deu origem a um livro de mesmo nome. O quê: Máquina Futurista Quando: hoje, às 18h Onde: Instituto Cultural Itaú (av. Paulista, 140, tel: 011/238-1737) Quanto: entrada franca Texto Anterior: Obra tem personalidade Próximo Texto: 16 perguntas sobre o futuro Índice |
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