São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Pais se rendem à 'muleta'

DA REPORTAGEM LOCAL

Muitos pais não sabem se estão tomando a decisão correta, mas contratam professores particulares com a intenção de resolver um problema imediato: melhorar a nota do filho e ajudá-lo a passar de ano.
A administradora de empresas Eda Sbrighi, 45, apesar de pagar R$ 600 de mensalidade para sua filha Paula em um conceituado colégio de São Paulo, resolveu desembolsar mais metade desse valor mensalmente para manter a filha em aulas particulares.
Ela diz que Paula tem dificuldade de concentração. "Ela também faz reforço na escola, mas é insuficiente. Tem de estar sozinha com o professor."
A mãe tem dúvidas sobre a eficiência do serviço a longo prazo. "Pode ser que Paula perca um pouco o senso de suas obrigações, vendo a aula particular como uma 'muleta'. Mas, de imediato, sinto-me na obrigação de ajudá-la a entender lições específicas para que não repita de ano."
Vera Lotte Fernandes, 45, também mantém seu filho Fábio, 16, em aulas particulares de português e matemática.
"Eu acho que todo o auxílio e o acompanhamento deveria vir da escola. É um absurdo ter de pagar por isso, mas não conseguimos formar uma turma de reforço na escola porque não havia um número suficiente de pais interessados em pagar pelo serviço", diz.

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