São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997 |
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Educadores defendem reforço escolar
PRISCILA LAMBERT
Profissionais de ensino ouvidos pela Folha defendem que a própria escola deve oferecer um processo de acompanhamento individualizado e contínuo ao aluno, fazendo o diagnóstico do problema e "atacando" sua causa. Em casos como mudança de escola ou perda de aulas por motivo de doença, a contratação de um professor particular pode dar um bom resultado. "Mas os pais devem ficar atentos para que seus filhos não se acomodem com o serviço em situações de emergência, transformando-o numa 'muleta' que o desvia de suas obrigações", diz Mario Sergio Cortella, professor de pós-graduação em Educação da PUC-SP. Segundo ele, as aulas particulares funcionam às vezes para resultado imediato, mas deixam a desejar a longo prazo, no processo de formação do aluno. Muitas escolas públicas e privadas oferecem cursos de reforço escolar ou recuperação em grupos. Em São Paulo, o colégio Magno, por exemplo, oferece recuperação durante o ano todo para alunos de 1ª a 4ª séries. O aluno é convocado no momento em que o professor verifica sua dificuldade. Para estudantes de 5ª a 8ª séries com baixo aproveitamento, o reforço é realizado antes da prova bimestral. "Não recomendamos aulas particulares porque esse hábito torna o aluno muito dependente. A professora fica ao lado, indicando o caminho certo enquanto o exercício é resolvido. O aluno se habitua e espera sempre que alguém o ajude", diz Myriam Tricate, diretora do Magno. Outros colégios de São Paulo, como o Rio Branco e o Bandeirantes, possuem sistemas semelhantes e também não aconselham aulas particulares. A professora de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da USP, Heloysa Dantas de Souza Pinto, 52, diz que esses sistemas de reforço não bastam. Ela afirma que a solução para as dificuldades do aluno é de responsabilidade exclusiva da escola. "Os pais não devem alimentar a deficiência da escola, mas começar a exigir que ela resolva as diferenças de seus alunos. Mesmo que tenham de pagar uma taxa extra por isso. É a escola que conhece as deficiências do aluno e o conteúdo que deve ser trabalhado", diz. Heloysa defende a existência de situações de ensino individualizado nas escolas, para atingir os mais diversos problemas, inclusive a dificuldade de concentração, problema comum entre adolescentes. Texto Anterior: Camelôs do centro definem estratégia Próximo Texto: Pais se rendem à 'muleta' Índice |
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