São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Jogo feio

CIDA SANTOS

Pode se preparar: sábado começa o torneio masculino da Superliga Nacional. Por decisão da Confederação Brasileira de Voleibol, viramos pioneiros.
Vamos testar novas regras na principal competição do país. O cronômetro entra em cena. Nesta temporada, a grande questão é: será que vai dar certo?
Se depender do teste das novas regras feito no jogo entre Palmeiras e Banespa, na última quarta-feira, a resposta é negativa. Técnicos e jogadores saíram de quadra desanimados.
A conclusão é que esse sistema tira o poder de reação dos times. Quem abre vantagem no início, dificilmente perde o set.
A lógica é a seguinte: quem comanda o placar com uma diferença de três ou mais pontos tem interesse em que o set chegue aos 25 minutos e a decisão vá para o tie-break.
A razão é simples. No tie-break, todo erro é computado como ponto e fica mais difícil virar o jogo. É nesse momento que entra em cena a cera.
E algumas situações passam a ficar invertidas: para o time que tem a vantagem vale pedir tempo ou fazer substituições, simplesmente para dar uma parada no jogo, já que o cronômetro continua andando.
Já o técnico da equipe que está atrás no placar, e que no sistema tradicional teria tempo técnico para orientar os atletas, vai precisar pensar duas vezes antes de usar esse recurso, já que perder um minuto pode ser fatal com as novas regras.
A cronometragem feita pelo técnico Cacá Bizzocchi, do Banespa, é reveladora. Contra o Palmeiras, a média de bola em jogo foi de 6 minutos nos primeiros 25 minutos de cada set.
E pasmem: os outros 19 minutos foram de bola parada. Como diz Cacá, o jogo ficou feio.
Não é à toa que essa decisão de colocar em vigor as novas regras na Superliga tem preocupado os amantes do vôlei.
Confesso que também sinto no ar um clima de que já vivemos dias melhores.

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