São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997![]() |
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Preferência na Conepar provoca reação
MAURICIO ESPOSITO
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), divulgou ontem nota oficial afirmando que a operação entre os dois grupos "não garante o direito de preferência na compra do controle final do capital da Conepar". O BNDES está assessorando o Banco Central (BC) na venda da Conepar (Companhia Nordeste de Participações), holding de participações no setor petroquímico que pertencia ao grupo Econômico. A Conepar desperta interesse entre as empresas petroquímicas porque garante, indiretamente, o controle acionário na Copene, a central petroquímica do pólo de Camaçari (BA), a maior do país. Caso a Odebrecht venha a ter o controle acionário da Copene, a empresa dará uma grande passo para se tornar uma das maiores do Brasil no setor. O grupo baiano já participa do pólo petroquímico de Triunfo (RS) e está investindo no pólo petroquímico de Paulínia (SP), em conjunto com a Petrobrás, o próprio grupo Ultra e outros. O grupo American Express detém uma participação de aproximadamente 32% do capital total da Conepar, por meio da empresa Intercapital (Intercapital Comércio e Participações Ltda.). O restante do capital total da Conepar está dividido entre a Econômico S/A Empreendimentos (Esae), que tem 56%, e o BNDESPar, que tem 12%. Um acordo de acionistas da Conepar determinava que a Intercapital teria direito de preferência na aquisição da totalidade da participação acionária detida pela Esae na holding. A Odebrecht Química, S/A, pertencente ao grupo Odebrecht, e a Ultrapar Participações S/A adquiriram esse direito de preferência. O valor da operação é mantido em segredo pelas empresas. A Odebrecht também adquiriu a opção de comprar, no futuro, toda a participação da Intercapital. Segundo apurou a Folha , o BNDES argumentará que uma cláusula no acordo de acionistas limitaria o direito de preferência da American Express a 49% do capital da Conepar. A Odebrecht, porém, defende que essa limitação só é válida caso o direito de preferência seja exercido por uma empresa estrangeira. Na avaliação da empresa, se houvesse esse limite, a operação não seria interessante. "O nosso negócio é a produção de resinas termoplásticas e precisamos buscar matéria-prima", afirmou Alexandrino de Alencar, diretor da Odebrecht Química. O BNDES e o consórcio privado que faz a avaliação da Conepar sabiam do direito de preferência da American Express, mas foram surpreendidos com a informação de que tinha sido negociado em 1995. O banco tentou marcar reuniões com a American Express, mas não teve sucesso. O BNDES soube da operação na sexta-feira passada. Texto Anterior: TBC de novembro é mantida em 1,58% Próximo Texto: Ipea espera crescimento de 4% para PIB Índice |
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