São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Entenda a operação "D + zero"

DA REPORTAGEM LOCAL

Relatório final da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), divulgado em 89, concluiu que as operações conduzidas por Nahas, Elminho e outros especuladores, conhecidas como "D + zero", provocavam alta artificial na cotação de ações.
Na época, as Bolsas estipulavam cinco dias úteis para a liquidação das operações de compra e venda -essas operações eram chamadas, por isso, de "D + cinco".
Os especuladores, ao contrário, compravam um lote de ações e imediatamente o negociavam com uma corretora ou banco. Essa corretora ou banco pagava no mesmo dia pelas ações ("D + zero").
Com o dinheiro na mão, eles realizavam novas operações ou saldavam débitos anteriores. O lucro vinha de forma indireta: o especulador fazia circular rapidamente os papéis, comprando e vendendo muito, provocando uma valorização artificial nas cotações.
Segundo relatório da CVM, nesse tipo de operação eram utilizados "laranjas" (pessoas ou empresas que cedem seu nome para acobertar transações financeiras). Na realidade, os especuladores compravam e vendiam os papéis para eles mesmos, numa operação conhecida como "Zé-com-Zé".

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