São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Catarinenses terminam ano em crise

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Avaí e Figueirense, os maiores times de Florianópolis (SC), terminam o ano imersos em um caos financeiro e administrativo.
Arqui-rivais, os clubes enfrentam crises parecidas: falta de dinheiro para novas contratações, disputas internas na diretoria, debandada de jogadores e o descrédito dos torcedores, que sumiram.
A situação se complicou nas últimas semanas, com a eliminação das duas equipes da Série C do Campeonato Brasileiro.
Sem disputar torneios oficiais até o final do ano, os clubes programam amistosos para manter as atividades básicas funcionando.
A situação mais dramática é a do Figueirense. Clube mais popular da capital, o "Figueira" é uma espécie de Corinthians do Sul, que, a exemplo do paulista, adota uniforme alvinegro e possui torcedores conhecidos como "Gaviões".
Há duas semanas, o clube está sem comando. O presidente, Edson Silva, renunciou no dia 9, após uma tentativa frustrada de implementar um projeto que, segundo ele, poderia reerguer o clube.
"Minha renúncia foi forçada. A mentalidade atrasada de diretores e conselheiros não permitiu a transformação do Figueirense em um clube-empresa", disse.
O próprio Edson Silva havia assumido a presidência após a renúncia, há dois meses, de José da Silva. Agora, ninguém se dispôs a assumir a presidência.
Uma comissão de conselheiros está respondendo provisoriamente pelo clube até as próximas eleições, marcadas para o fim do ano.
"A renúncia abriu espaço para que se discuta um novo modelo de fiscalização das ações do clube. O presidente não pode fazer o que quer sem aprovação da diretoria e do conselho", disse Odorico Durieux, integrante da comissão.
O Figueirense deve cerca de R$ 1 milhão, entre dívidas trabalhistas, rescisões contratuais e até atraso no pagamento de luz e água.
A renda mensal, obtida com os associados, é de apenas R$ 25 mil.
"Vamos tentar administrar o patrimônio do clube e resolver os problemas mais urgentes. Os jogadores mais caros e que não têm passe vinculado estão sendo dispensados", disse Durieux.
Doze jogadores, a maioria titulares, pediram para sair ou foram mandados embora, entre eles os meias Luiz Américo e Júlio César e o goleiro Anselmo.
Os que permaneceram têm de se contentar com um salário máximo de R$ 1.000, teto estabelecido pela diretoria para o elenco.
"Vamos agora investir nas categorias de base, para formar um bom time para o ano que vem sem gastar muito" declarou Durieux.
Em 98, o Figueirense disputa o campeonato estadual no primeiro semestre e a Série C do Brasileiro no segundo.

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