São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Diretores propõem fusão dos dois clubes

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A fusão de Avaí e Figueirense, que criaria um único time para representar Florianópolis (SC), pode ser a saída para os clubes em crise.
A união é defendida por conselheiros e diretores para aumentar os valores de cotas de patrocínio, atrair o apoio de empresas e incentivar a participação de torcedores.
"Se for mesmo aprovada a lei Pelé, poderíamos formar um grande clube-empresa na capital, que teria projeção nacional", disse Odorico Durieux, integrante da comissão que administra provisoriamente o clube. Apesar do entusiasmo, Durieux reconhece que a tese enfrenta muitas resistência nas diretorias dos clubes.
Os torcedores, como era de se esperar, repudiam a proposta. "A rivalidade é que movimenta o futebol da capital. Ninguém vai aceitar essa fusão", afirmou Iara Regina Freitas, presidente interina da Gaviões Alvinegra, principal torcida organizada do Figueirense.
Para Alexandre de Campos, vice-presidente da Trovão Azul, do Avaí, a fusão vai afastar o torcedor dos estádios. "O futebol vai perder a graça. Não dá para apagar de repente anos de rivalidade."
Dispensa
Ontem, o técnico do Avaí, Abel Ribeiro, deixou o cargo, e o mesmo pode acontecer com a base do time. A diretoria já disse aos que insistem em ficar que os salários de novembro e dezembro vão atrasar.
A crise no Avaí se agravou na semana passada, após sofrer uma histórica goleada por 8 a 1 para o Tupi, de Juiz de Fora (MG), que custou sua eliminação da Série C do Brasileiro.
Além de desmoralizar o elenco, a goleada acabou se traduzindo em prejuízo financeiro.
"Uma boa campanha no Brasileiro e a ascensão à Série B ia facilitar as coisas. O público ia se interessar mais, a equipe estaria na mídia e mais dinheiro poderia entrar", disse Antônio Luiz Sartoretto, o Itá, 35, capitão do Avaí.
O clube arrecada cerca de R$ 40 mil mensalmente com associados e patrocínio. Considerado um time de elite, o Avaí tem entre seus torcedores comerciantes, empresários e profissionais liberais.
"Na hora do aperto, essa torcida endinheirada não deixa o time afundar", afirmou Alexandre de Campos, vice-presidente da torcida organizada Trovão Azul.
(FZ)

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