São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Glover encarna assassino em série

ADRIANE GRAU
DA ENVIADA ESPECIAL

Conhecido pela doçura transmitida por seu olhar, é difícil entender porque o ator Danny Glover quis interpretar um assassino em série no inédito "Switchback" ("Um Assassino à Solta"), filme de Jeb Stuart, com Dennis Quaid, que estréia em 24 de abril no Brasil.
Após explicar apaixonadamente suas motivações à Folha, sua voz se exalta apenas na hora de explicar a polêmica gerada por "Máquina Mortífera 4", que ele não quer fazer.
(AG)
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Folha - O diretor lhe enviou o roteiro oferecendo o papel de xerife, mas você quis interpretar o assassino. Por quê?
Glover - Gostei do personagem. Fiquei encantado.
Folha - O que lhe agradou num ser tão demoníaco?
Glover - Todos nós temos algo demoníaco. A sociedade apenas nos dita o quanto vamos mostrar desse nosso lado. Procuro olhar para o aspecto humano dos personagens, e não para suas qualidades ou defeitos.
Folha - Por que é tão difícil entender as motivações do assassino em "Switchback"?
Glover - Só Bob sabe o que está fazendo. Passou a vida toda na estrada de ferro, limpando a neve nos trilhos para o trem passar. Sempre correu risco de vida e, em parte por causa disso, ganhou respeito da comunidade, mesmo sendo negro. Podemos presumir que Bob saiu do normal, mas nunca saberemos.
Folha - Você pode esclarecer um pouco a polêmica em torno de sua resistência em assinar o contrato de "Máquina Mortífera 4"?
Glover - Não sei do que o filme trata. Mas posso dizer que às vezes um estúdio decide fazer as coisas sem se preocupar com o interesse dos atores. Não adianta eu e Mel (Gibson) dizermos mil vezes que não queremos fazer o filme.
Folha - Por que você não quer fazer mais essa sequência, se nem sabe como é a história ainda?
Glover - Pelo simples fato de termos feito algo que acho ter ficado muito bom três vezes. Acho que em "Máquina Mortífera 2" fizemos algo engrandecedor, desenvolvendo a trama na África do Sul. Melhoramos o original.

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