São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Esclarecimento; Perueiros; Saúde; Fim das Forças Armadas; Perguntas; Teoria e prática; Julgamento paradigmático; Ferrorama e autorama; Falta de coerência; Dignidade resgatada; Abuso

Esclarecimento
"A Folha publicou em 22/10 que tenho 'falado mal da Propeg e de seus métodos'.
Quero esclarecer que jamais falei mal da Propeg ou de qualquer outra agência de propaganda."
Roberto Duailibi, publicitário, sócio da DPZ (São Paulo, SP)

Perueiros
"Gostaria de expressar minha indignação com a Prefeitura de São Paulo pelo descaso com que trata os profissionais liberais da recessão, intitulados de 'perueiros' e 'marreteiros'.
Os desempregados que tentam sobreviver honestamente são impedidos e humilhados. A população está cansada de toda essa vergonha."
Felipe Sartori Sigollo (São Paulo, SP)
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"As peruas de lotação funcionam como uma bênção dos céus para os sofridos usuários de ônibus de São Paulo. E podem ser usadas para agilizar o funcionamento do rodízio municipal: instalam-se bolsões de estacionamento junto às vias que delimitam o 'centro expandido' e desses bolsões partiriam as lotações, rumo ao centro da cidade ou a outros centros de comércio.
Oportunidade de gerar emprego e reduzir o tráfego na região central. Vamos pôr a cabeça para funcionar?"
Eduardo Britto (São Paulo, SP)

Saúde
"A declaração do atual ministro da Saúde, Carlos Albuquerque, de que a Constituição 'não obriga o Estado a assumir integralmente a prestação ou financiamento da saúde' é apenas o reconhecimento oficial do descompromisso do governo FHC com a saúde pública."
Pedro Paulo Costa, presidente do PT de Curitiba (Curitiba, PR)
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"Antes que o povo descubra os benefícios e vantagens do Estado de Bem-Estar Social que nunca teve, a equipe econômica se apressou em cortar mais R$ 1,3 bilhão do orçamento da Saúde, que já era metade do que deveria ser. O SUS não interessa ao governo liberal nem à forte bancada da saúde privada.
Por ação (pouca) e omissão (muita), Carlos Albuquerque vai se consagrar como o ministro da Destruição da Saúde Pública."
José Augusto Vasconcellos Neto (Campinas, SP)

Fim das Forças Armadas
"Fôssemos um país sério, amássemos de fato nosso sofrido povo e pensássemos realisticamente em segurança, então suprimiríamos as Forças Armadas.
Os rios de dinheiro economizados reverteriam em educação, saúde, pão e emprego (esses, sim, os maiores fatores de segurança de qualquer povo minimamente lúcido).
Haveria ainda sobras. Com elas se montaria uma guarda nacional (supressa também a apodrecida polícia), que, bem estruturada, bastaria às nossas verdadeiras necessidades."
Messias N. Santiago (Belo Horizonte, MG)

Perguntas
"Onde estão a reforma fiscal, a reforma tributária, a reforma agrária, a reforma da Previdência, a reforma administrativa, enfim, onde estão a reforma dos parlamentares e a do próprio Executivo, que troca reeleições por alguns milhares de reais?
Acredito que as perguntas acima estão sendo feitas por toda a população desta imensa 'terra de gigantes'."
João Campeão Júnior (Iepê, SP)

Teoria e prática
"Tenho lido Antonio Ermírio de Moraes todos os domingos. Acho seus artigos sérios e honestos, como sua pessoa. Mas ele deveria pôr em prática suas críticas, não ficar apoiando os mesmos de sempre, que estão no poder.
Deveria dar apoio aos partidos que, com sinceridade, apóiam as causas sociais, que são os partidos de esquerda. Os de direita só querem o poder a qualquer custo."
Temístocles Oliveira (Auriflama, SP)

Julgamento paradigmático
"Sobre o artigo 'Paradoxos do racismo' (9/10), de Otavio Frias Filho: o julgamento do funcionário de Vichy e de outros, no atual momento histórico, deve ser entendido como paradigmático.
O que se está julgando é parte da história da França, o governo de Vichy e seus colaboradores, que viam os judeus, entre outras coisas, como 'endogâmicos', 'solidários' e 'comunidade eleita' e achavam que tudo isso tinha uma 'lógica infernal' e portanto necessitava de uma solução 'lógica infernal': Auschwitz."
Leon Menache (Belo Horizonte, MG)

Ferrorama e autorama
"As fábricas de brinquedos de autoramas procuram vender sempre o conjunto: o carro e as pistas. No Brasil, ultimamente, os governos sempre ofereceram aos empresários as pistas e, hoje, estão oferecendo até as fábricas.
Por outro lado, os ferroramas do governo praticamente foram doados, mas sem as pistas, que também custam uma fortuna.
Enquanto os empresários do ferrorama não pedirem o mesmo tratamento, só teremos autorama.
É claro que o ferrorama é mais inteligente que o autorama, mas isso é para pessoas e governos inteligentes."
Jairo Pessoa Guimarães (Tubarão, SC)

Falta de coerência
"No programa 'Passando a Limpo', de Boris Casoy, na TV Record (19/10), o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, ao se manifestar sobre a candidatura de Ciro Gomes, não vislumbrou qualquer impedimento de ordem técnico-profissional ou moral.
No entanto, lendo a Folha do dia seguinte (20/10), em notícia de primeira página, vê-se uma nota segundo a qual o candidato à Presidência teria favorecido seus parentes no Ceará.
A ambiguidade e a falta de coerência desservem o jornalismo e deixam o público surpreso com tamanha mudança de opinião, em questão de horas."
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Na entrevista em questão, Otavio Frias Filho afirmou que não existem indícios que autorizem a analogia entre o ex-governador Ciro Gomes e o ex-presidente Collor do ponto de vista moral. Não afirmou que o ex-governador do Ceará está acima de qualquer suspeita ou crítica.

Dignidade resgatada
"Cumprimentamos a deputada Marta Suplicy pelo excelente artigo 'Além da conta' (17/10), que resgata a dignidade de Débora Rodrigues e também de todas as mulheres."
Sueli Carneiro, coordenadora-executiva do Geledés Instituto da Mulher Negra (São Paulo, SP)

Abuso
"A respeito da reportagem sobre os serviços de água (19/10): na tarifa medida e cobrada sobre o metro cúbico de água tratada (sem comprovação do valor de sanidade), as concessionárias cobram, cumulativamente, preço tarifário sobre o metro cúbico de esgoto, que, inconsumível, não pode ser tarifado e nem cobrado, representando apropriação indébita contra o consumidor e abuso de direito."
Orlando Pereira Lopes (Guarujá, SP)

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