São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997 |
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Interino demite presidente de banco
ESTANISLAU MARIA
A medida pegou de surpresa o próprio Ribeiro, que ficou sabendo da demissão pelo "Diário Oficial" do Estado. Gueiros Jr. disse que demitiu o presidente do banco porque Ribeiro estava dificultando a liberação de recursos do Estado para o pagamento do funcionalismo. Apesar da publicação de sua demissão no "Diário Oficial", Ribeiro, orientado pelo Banco Central, não deixou o cargo. Ilegalidade O Banco Central, como órgão fiscalizador do sistema financeiro, alertou oficialmente o governador de que a posse de um novo presidente ontem seria ilegal. "Se não é legal, (que a atual diretoria) vá à Justiça", disse o governador em entrevista coletiva. "Tal medida fere os procedimentos e prazos definidos na Lei das Sociedades Anônimas e em resolução do Conselho Monetário Nacional", afirmou o delegado regional do BC em Belém, Eduardo Araújo, 44. Segundo Araújo, para a troca de presidente em qualquer banco, privado ou estatal, deve ser convocada uma assembléia geral extraordinária dos acionistas, que só pode ocorrer oito dias após a convocação. Nessa assembléia, o Estado, que é sócio majoritário do Banpará, indicaria o novo presidente, cujo nome seria submetido ao BC e, só então, homologado. Gueiros Jr. indicou para a presidência a funcionária de carreira Maria de Fátima Oliveira Martins, que não aceitou a nomeação. Ele disse que vai nomear outra pessoa, mas não falou quando. "Se quisesse empossá-la hoje (ontem) ou nos próximos dias, o ato seria nulo", declarou o delegado do BC. A atual diretoria pode pedir liminar na Justiça que garanta os prazos da lei. Caso a batalha entre Estado e Banpará crie distúrbio financeiro ou patrimonial ao banco, o Banco Central pode decretar intervenção federal. "Estou pasmo. Essas pessoas que eu tiro insistem em permanecer", declarou o governador interino. "Estamos em uma democracia. Este senhor não decretou a monarquia e pode responder por crime de responsabilidade", disse o deputado estadual Zenaldo Coutinho (PSDB). Os deputados estaduais discutiam, no começo da noite de ontem, projeto que impede a transmissão do governo ao vice, caso o governador se ausente em viagem oficial ou por menos de 15 dias. Texto Anterior: Governador interino demite presidente de banco estadual Próximo Texto: Almir Gabriel quer reorganizar equipe Índice |
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